O governo estadual anunciou reajuste
salarial de 9%, a ser pago a partir de abril, ontem, durante reunião com
representantes dos servidores estaduais. Outra medida anunciada foi o
reajuste no valor do ticket alimentação dos servidores. O valor foi
elevado de R$200 para R$300 e, no caso dos servidores da área de
segurança pública, o valor do auxílio foi de R$325 para R$350.
Segundo a secretária de estado de
Administração, Alice Viana, reajuste será superior ao índice da inflação
até março, que é de 6,5%, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC). Com o aumento, a folha de pagamento do Estado será impactada em
R$18,5 milhões mensais. “O Estado está atendendo o conjunto de
servidores públicos ao estabelecer uma política de remuneração que não
apenas repõe a inflação como assegura de fato um aumento real de 2,5%”.
Como cada sindicato possui demandas
diferentes, uma série de rodadas de negociações foi agendada com os
representantes. As pautas específicas começam a ser discutidas em
reuniões a partir do dia 3 de abril. A reunião contou com a participação
de 12 representações sindicais. O ponto em comum era o reajuste
salarial, que variava de 12% a 30%, de acordo com cada categoria.
ATO
Do lado de fora do prédio da Secretaria de
Estado de Administração (Sead), dezenas de policiais civis aguardavam o
resultado da reunião. Na última terça-feira (19), eles já haviam
realizado uma manifestação para reivindicar o reajuste salarial de 30% e
melhores condições de trabalho.
A incorporação de abono salarial seria no
valor de R$ 540 ao vencimento base dos policiais. A Sead informou que,
no momento, não atenderá esta demanda, que acrescentaria aproximadamente
R$ 11 milhões na folha de pagamento. Ainda segundo a Sead, a
remuneração atual de escrivão e investigador da Polícia Civil do Pará,
de R$3.983,84, é a quarta melhor do país, ficando atrás do Distrito
Federal, Paraná e Sergipe.
O Sindicato dos Servidores do Departamento
de Trânsito (Sindetran) classificou o reajuste proposto pelo governo
como insuficiente. “A proposta está muito abaixo do que a gente
esperava. O próprio Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) já demonstrou que as perdas salariais estão
muito acima do reajuste”, disse Elison Oliveira, presidente do
Sindetran.
Os servidores do Detran já planejam uma
paralisação nos próximos dias 01 e 02, por conta de reivindicações, como
realização de concurso público, melhores condições de trabalho e
implantação de Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
Policiais não reforçarão plantões, diz Sindpol
O presidente do Sindicato dos Servidores da
Polícia Civil do Estado do Pará (Sindpol- PA), Rubens Teixeira afirmou,
na tarde de ontem, que recomendou que nenhum policial civil tire plantão
para reforçar o efetivo durante o feriado de Semana Santa. “Não vamos
dar apoio a esse reforço”.
Até o dia 3 de abril, data prevista para nova reunião com a Sead, a categoria fica em estado de assembleia permanente.
Insatisfeitos com os 9% de reajuste e
aumento de R$ 25 sobre o ticket alimentação, a categoria foi orientada a
seguir duas cartilhas que serão distribuídas a partir de hoje.
“Elaboramos a cartilha de assédio moral e de cumpra a lei, que
estabelece a obrigatoriedade da presença do delegado em flagrantes e
registros de Boletim de Ocorrência e determina que a saída para
procedimentos só aconteça mediante a assinatura da Ordem de Serviço ou
de Missão”, explicou Teixeira.
CARTILHA
A cartilha de assédio moral orienta sobre
como o policial deve se comportar mediante constrangimentos. “Só com
isso a Polícia Civil para. Nem precisa fazer greve”, observa Janio Bosco
Gandra, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores
Policiais Civis.
A medida é uma resposta à recusa do governo
sobre a principal reivindicação da categoria: a incorporação do abono
salarial. Em acordos passados, segundo a categoria, a secretária Alice
Viana prometeu incorporar o benefício de forma parcelada, em agosto de
2012 e no início deste ano, junto com o data- base, mas não teria
honrado o compromisso.
ASead diz que o governo não fechou as portas
para qualquer negociação . “Ao final da reunião divulgou inclusive
datas e horários para discutir as pautas específicas com cada
categoria”, diz a nota, acrescentando que algumas das reivindicações
serão objeto de acordo das próximas reuniões.
Fonte: http://www.diarioonline.com.br