De acordo com o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do
Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense
(UFF), tanto a petista quanto o tucano têm a perder com a entrada de
Campos na corrida presidencial e a consequente dissolução da dicotomia
PT-PSDB, que marcou a política nacional nos últimos anos. No entanto, o
prejuízo é maior para a presidente, que perde um aliado de primeira
hora:
"Ele prejudica os dois. Prejudica Dilma Rousseff por tirar
votos de um partido importante na base aliada e o Aécio Neves porque,
teoricamente, é mais uma chapa de oposição", sintetiza.
"A candidatura dele rompe uma aliança tradicional
com o PT, que vem desde a primeira candidatura do Lula. Só interrompida
pela candidatura do Garotinho, que concorreu pelo PSB em 2002. Por isso,
os últimos movimentos da Dilma, no que diz respeito a cargos e
investimentos, são no sentido de fortalecer a base de seu governo",
explica.
Campos é um dos governadores mais bem avaliados do país e
chegou a aparecer com 89% de aprovação, a maior entre todos os
governantes brasileiros, em pesquisa do instituto Ibope de dezembro de
2011. Reeleito, ele se transformou em uma sensação política ao eleger
diversos aliados nas eleições de 2010 e 2012, fazendo do PSB o partido
que mais cresceu em número de prefeitos na última eleição. No entanto,
Figueiredo e Baía divergem sobre as possibilidades de sua chapa.
Enquanto o primeiro não o vê como um nome capaz de tirar Aécio Neves do
segundo turno, o segundo acredita que ele possa surpreender. Figueiredo
vê o posicionamento do PSB em relação ao governo federal como uma
desvantagem:
"Há
possibilidades, porque o Aécio vem de um PSDB muito enfraquecido. O
DEM, seu principal aliado, também decadente, e o PSD, outro potencial
apoio, já compôs com a Dilma. Já Eduardo Campos conseguiu fazer
estabelecer bases importantes em todos os estados e é uma novidade que
pode empolgar a população", opina.
Fonte: http://www.jb.com.br
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