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quarta-feira, 6 de março de 2013

Candidatura de Campos prejudica mais Dilma que Aécio

Igor Mello






De acordo com o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), tanto a petista quanto o tucano têm a perder com a entrada de Campos na corrida presidencial e a consequente dissolução da dicotomia PT-PSDB, que marcou a política nacional nos últimos anos. No entanto, o prejuízo é maior para a presidente, que perde um aliado de primeira hora:

"Ele prejudica os dois. Prejudica Dilma Rousseff por tirar votos de um partido importante na base aliada e o Aécio Neves porque, teoricamente, é mais uma chapa de oposição", sintetiza.

Já para o cientista político Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o rompimento da aliança entre PT e PSB deixa mais instável o cenário político, que caminha para a manutenção de Dilma no poder:

"A candidatura dele rompe uma aliança tradicional com o PT, que vem desde a primeira candidatura do Lula. Só interrompida pela candidatura do Garotinho, que concorreu pelo PSB em 2002. Por isso, os últimos movimentos da Dilma, no que diz respeito a cargos e investimentos, são no sentido de fortalecer a base de seu governo", explica.

Campos é um dos governadores mais bem avaliados do país e chegou a aparecer com 89% de aprovação, a maior entre todos os governantes brasileiros, em pesquisa do instituto Ibope de dezembro de 2011. Reeleito, ele se transformou em uma sensação política ao eleger diversos aliados nas eleições de 2010 e 2012, fazendo do PSB o partido que mais cresceu em número de prefeitos na última eleição. No entanto, Figueiredo e Baía divergem sobre as possibilidades de sua chapa. Enquanto o primeiro não o vê como um nome capaz de tirar Aécio Neves do segundo turno, o segundo acredita que ele possa surpreender. Figueiredo vê o posicionamento do PSB em relação ao governo federal como uma desvantagem:

"O Aécio tem uma vantagem enorme sobre ele, que é ser de oposição mesmo. Campos faz parte da base do governo há muitos anos e atualmente não é nem governista, nem oposicionista. Por isso, sua candidatura pode ser considerada oportunista, personalista ou até mesmo utilitarista, no sentido de que talvez ele esteja barganhando uma posição de maior importância, já que seu apoio poderia ser decisivo em um segundo turno entre Dilma e Aécio", argumenta.

Já Baía vê na decadência do grupo político que controla o PSDB uma oportunidade para que o pernambucano enfrente Dilma em um eventual segundo turno:

"Há possibilidades, porque o Aécio vem de um PSDB muito enfraquecido. O DEM, seu principal aliado, também decadente, e o PSD, outro potencial apoio, já compôs com a Dilma. Já Eduardo Campos conseguiu fazer estabelecer bases importantes em todos os estados e é uma novidade que pode empolgar a população", opina.

Fonte: http://www.jb.com.br

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