Na oitava noite seguida em nova onda de violência, entre as últimas
horas de quarta e a madrugada desta quinta-feira, Santa Catarina
registrou ao menos cinco ataques, de acordo com a Rádio CBN. Segundo a Polícia Militar, já foram confirmados 67 ataques em 21 cidades do Estado.
Em Itajaí, dois homens em uma moto dispararam contra a casa de um PM, sem deixar nenhum ferido.
Um ferro-velho foi incendiado em Navegantes, destruindo carros, porém sem deixar vítimas.
Em
Brusque, um ônibus de autoescola vazio foi queimado e, em Joinville,
criminosos atearam fogo em um caminhão, também desocupado.
Em
Palhoça, na Grande Florianópolis, um policial militar foi alvo de tiros
quando saía do serviço, mas passa bem. Apenas no último caso houve um
suspeito detido.
Ataques em SC mudaram de perfil desde segunda-feira, diz comando-geral da PM
O
comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Nazareno
Marcineiro, avalia que os ataques no estado mudaram de perfil desde
segunda-feira (4). Segundo ele, os casos são característicos de vândalos
e oportunistas.
“[Isso ocorre] com ações, algumas delas já bem
constatadas, de aproveitar para colocar fogo no seu carro que estava
abandonado, aproveitar para colocar fogo em um caminhão e quem sabe o
seguro possa cobrir. [São] crianças brincando de incendiar colchões e
acabam por colocar fogo na casa”, disse.
Ele destacou, no entanto,
que os ataques relacionados a ordens de facções criminosas permanecem.
“Algumas prisões estão sendo feitas com identificação de pessoas que
estavam liderando esse processo criminoso, de maneira com que esses
ataques estão sendo fortemente coibidos”. Ontem (6), em Joinville, seis
pessoas suspeitas de participação nos atos violentos foram presas
preventivamente. Com isso, 30 pessoas foram detidas desde o início das
ocorrências, no dia 30 de janeiro.
O comandante confirma que a
ordem para essa nova série de ataques está partindo de membros de uma
facção criminosa que atua dentro de presídios do estado. “Alguns desses
criminosos estão dentro dos presídios e outros estão nas ruas. Todos nós
sabemos que as ordens saem das prisões por meio das saídas temporárias
que os detentos fazem e por pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem
contato com o mundo penitenciário”.
Os locais escolhidos para os
ataques, que são recorrentes na região do Vale do Itajaí, estão
relacionados à proximidade com presídios, segundo ele. “Na Sala de
Situação da PM, para onde convergem as múltiplas informações, há uma
linha de raciocínio comum que é a de relacionar o ato com os presídios”.
Ele destacou Joinville como cidade onde estão sendo registrados mais
ataques. “Na vez passada, nos ataques de novembro, tivemos uma situação
demarcada em Florianópolis. Nesta ocasião, Joinville tem sido o local
com mais episódios, talvez porque seja a maior cidade do estado”.
Durante
os ataques de novembro, surgiram denúncias de maus-tratos na
Penitenciária São Pedro de Alcântara, localizada em Florianópolis. Na
época, equipes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República estiveram no local vistoriar e apurar possíveis casos de
tortura. Nesta nova série de atentados, o Presídio Regional de Joinville
é alvo de inquérito que investiga abusos cometidos por agentes
penitenciários durante uma operação pente-fino no dia 18 de janeiro.
Imagens
do circuito interno do presídio, divulgadas pela imprensa no último dia
2, mostram que os agentes usaram balas de borracha e gás de pimenta
contra os detentos, mesmo com eles em situação de controle.
Fonte: http://www.jb.com.br
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