Mais de 500 policiais militares fardados e à paisana, além de familiares
da categoria, promoveram manifestação na madrugada desta segunda-feira
(28) em Manaus.
Durante o ato, parte do efetivo da Polícia Militar do Amazonas declarou
paralisação das atividades de segurança pública no estado. O protesto
aconteceu em frente à Arena Amadeu Teixeira, estádio de Manaus para a
Copa do Mundo, localizada na Avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul
de Manaus.
O movimento foi organizado pela Associação dos Praças do Estado do
Amazonas (Apeam). Segundo o presidente da entidade, Platiny Soares
Lopes, a categoria realizou a manifestação para chamar a atenção dos
governantes locais. "Entramos em contato com o governador e esperamos
uma resposta dele. Só encerraremos a greve depois de ter um documento
assinado com nossas reivindicações atendidas", afirmou.
A principal reivindicação da categoria é referente à formulação de
planos de carreira para os soldados de praça. De acordo com o soldado
Gerson Feitosa, da 12ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), não há
perspectiva de crescimento para o PM recém-formado. "Tem praça com mais
de 20 anos de trabalho que não recebe a promoção. Infelizmente, Manaus
amanhecerá na segunda sem policiamento", disse.
Houve confusão durante o protesto. Segundo líderes do movimento,
policiais infiltrados da inteligência da PM estavam no local. Alguns dos
manifestantes chegaram a enfrentar os agentes, mas os líderes da greve
solicitaram que a briga fosse encerrada. "Nosso objetivo é fazer com que
entendam nossas reivindicações. Não vamos permitir baderna ou qualquer
tipo de violência", disse Plantiny.
As lideranças do movimento disseram que PMs de outros oito municípios
amazonenses aderiram à mobilização. Os policiais militares de Parintins,
Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Iranduba, Humaitá e Presidente
Figueiredo também teriam paralisado as atividades na noite deste domingo
(27). O Comando de Policiamento do Interior (CPI) negou que a adesão do
efetivo dos oito municípios.
Em entrevista ao G1, o Comandante Geral da Polícia
Militar, coronel Almir David, afirmou que o movimento é ilegal, já que
policiais militares sem farda participaram ativamente do ato. "A
Legislação não permite essa greve. Estamos monitorando a ação do Centro
de Operações juntamente ao setor de inteligência para analisar o que
será feito", declarou o comandante.
Poucas horas antes da manifestação, a Secretaria de Segurança Pública
do Amazonas (SSP-AM) havia descartado possibilidade de greve. Durante
entrevista coletiva com a imprensa local, o titular da SSP-AM, coronel
Paulo Roberto Vital, afirmou que as faltas registradas na tarde de
domingo nas delegacias são consideradas normais. "Eu só consideraria
paralisação, se fosse 100%. Isso sim ia me preocupar. E nem precisaria
do Exército, que tem outras coisas para se preocupar", comentou.
Ainda na noite de domingo, o governador do Amazonas,
José Melo (PROS), informou que visitou cinco Companhias Interativas
Comunitárias (Cicoms) no período da tarde para conversar com os PMs
sobre as reivindicações. Melo informou que se reunirá, nesta
segunda-feira (28), com técnicos do governo para revisarem a legislação
de promoção dos policiais que trabalham nas praças.
"Em seguida, vou conversar com os representantes deles [praças], para
aprimorar e encaminhar. Há um claro oportunismo político. É fato também
que a lei de promoção precisa ser revisada e que o estado não se recusa a
dialogar em cima disso", destacou o governador.
Fonte: http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia
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