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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Jarbas Vasconcelos diz que Dilma retrocedeu no combate à corrupção


BRASÍLIA - Da tribuna do Senado, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) criticou a presidente Dilma Rousseff por "retroceder" no combate à corrupção em seu governo. A presidente, segundo ele, "capitulou, submeteu-se à chantagem de sua base aliada. Sua famosa 'faxina' limitou-se a jogar a sujeira para debaixo do tapete". Para o senador, tudo não passou de "jogo de cena" e "arroubo moralizador pontual, sem maiores consequências". Ele disse não alimentar mais ilusões e que continua independente.

Dissidente do seu partido, Jarbas atua como oposicionista no Senado, mas, no dia 3 de agosto, ele foi um dos senadores que manifestaram apoio às medidas que Dilma vinha tomando para afastar ministros e servidores acusados de envolvimento com irregularidades em suas pastas. O pemedebista lembrou que a Frente Parlamentar Contra a Corrupção e Pela Governabilidade, organizado por ele e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), tinha como objetivo evitar um recuo da presidente.

Um mês depois, Dilma, na sua opinião, teve que rever sua decisão. Uma das razões teria sido as dificuldades com sua "gigantesca base de apoio". Uma outra seria o fato de, com sua "faxina", Dilma ter estabelecido "um paralelo constrangedor entre o seu governo e o do seu criador e tutor, o ex-presidente Lula. "Dilma tentou criar o contraponto, dar uma marca de seriedade ao seu governo, mas refugou no primeiro obstáculo. Não estava preparada para a batalha", disse.

"A presidente da República passou a combater o que era a marca de seu antecessor, que liderou - sob a justificativa da "governabilidade" - um verdadeiro assalto aos cofres públicos, baseado na partilha do governo em benefício de alguns grupos políticos. Lula foi conivente com a corrupção e, ao não reprimi-la, o ex-presidente estimulou toda sorte de práticas espúrias num cenário no qual a corrupção e a impunidade caminham juntas", disse.

Para Jarbas, o governo está "perdido", sem plano de gestão e sem medidas estruturantes para enfrentar os problemas de infraestrutura do país. "Temos um governo sem projetos que legisla por meio do instrumento espúrio da medida provisória e restringe a sua atuação no Congresso ao único objetivo de inviabilizar matérias, como a PEC 300, que fixa um piso salarial para policiais e bombeiros, e a Emenda Constitucional 29, que amplia os repasses para a Saúde", avaliou.

Dessa forma, acrescentou o senador, a presidente perde o apoio da classe média tradicional "que se entusiasmou com as medidas moralizadoras, e não conseguirá jamais vestir o figurino messiânico de 'mãe dos pobres'. É um governo que envelheceu em pouco mais de seis meses".

(Raquel Ulhôa Valor)


Fonte:http://oglobo.globo.com

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