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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ministro italiano adverte Brasil

udolfo Lago

O ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, declarou que as relações do país com o Brasil ficarão seriamente abaladas se o ex-ativista de esquerda Cesare Batistti não for extraditado para a Itália. Lá, Batistti é condenado por assassinatos na década de 1970. É a primeira reação oficial a uma provável concessão de asilo a Batistti. Embora esse ainda não seja um anúncio oficial, a informação dos últimos dias é de que o presidente Lula concederá asilo ao italiano.

"Ninguém deveria imaginar que um 'não' à extradição de Cesare Battisti não teria conseqüências", disse La Russa ao diário italiano Corriere della Sera, em entrevista publicada nesta quinta-feira (30). "Eu consideraria isso um grande dano às relações bilaterais."

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Battisti deveria ser extraditado. Mas a decisão final cabe a Lula, que concedeu a Battisti o status de refugiado em 2009 e encerra seu segundo mandato na Presidência em 1º de janeiro. No começo da semana, Lula disse que tomaria uma decisão até sexta-feira. Seus assessores afirmaram na quarta-feira que não havia ainda nenhuma decisão formal.

Battisti nega as acusações e diz que está sendo politicamente perseguido na Itália. Ele fugiu de uma prisão italiana em 1981 e viveu muitos anos na França, mas deixou o país quando o governo francês aprovou sua extradição, em 2006. Foi preso depois no Brasil.

La Russa, integrante da ala direitista do governista partido Povo da Liberdade, é considerado um ministro próximo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, mas não está claro o quanto suas opiniões refletem a atual política governamental.

"Até onde eu sei, estou pronto para adotar outras iniciativas", ele declarou. La Russa não deu nenhum exemplo concreto, mas disse que estaria preparado para dar apoio a boicotes não especificados contra o Brasil.

Com informações da Agência Reuters


Fonte:http://congressoemfoco.uol.com.br

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