EVILENE PAIXÃO
Policiais civis deflagram greve geral a partir das 08h desta quinta-feira, 24, por tempo indeterminado, em todas as unidades prisionais e policiais do Estado. Dos 750 servidores, 30% vão manter o atendimento, conforme previsto em lei. A ação foi deliberada no último dia 12, em assembleia geral, realizada no auditório da Câmara Municipal de Boa Vista, quando participaram cerca de 500 pessoas.
O motivo é o polêmico Projeto de Lei Complementar (PLC) que dispõe sobre a extensão do subsídio a todos os policiais civis e altera na Lei Orgânica da Polícia Civil, que possibilitará a promoção funcional da categoria, assinado pelo governador Anchieta Júnior (PSDB) e encaminhado para Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que está sem previsão para votação.
O projeto, conhecido também como “Lei me Beija”, é considerado pela categoria como “ilegal”, “imoral” e “inconstitucional”. Segundo José Nilton Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol), a categoria tem realizado diversas mobilizações na ALE-RR, no intuito de retirar da pauta a aprovação. “No primeiro momento em que o projeto for retirado da pauta da Assembleia Legislativa, vamos paralisar a grave”, afirmou.
O sindicalista destacou que PLC desagrada de forma geral os policiais civis, pois existe um desrespeito à Constituição, já que a categoria é baseada na Lei Complementar 132, que garante promoção e remuneração satisfatória e, com o novo projeto, haverá uma redução salarial em nove cargos como médico legista, perito, escrivão de polícia, agente carcerário e auxiliar de necropsia.
Mesmo com as mobilizações, Nilton frisou que existe resistência dos próprios parlamentares para a retirada da pauta. “Está sendo difícil sensibilizar os parlamentares que estão sendo induzidos e influenciados pela Delegacia-Geral, responsável pela execução do projeto, que se for aprovado vai beneficiar somente “meia dúzia de delegados”.
Sejuc mantém rotina e pede reforço da Polícia Militar nos presídios
A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) para que se pronunciasse sobre a greve dos policiais civis. A pasta informou que a rotina administrativa e atividades programadas nas unidades prisionais serão mantidas normalmente nesta quinta-feira, mesmo com o anúncio da adesão ao movimento pelos agentes carcerários.
O secretário Eliéser Girão Monteiro Filho comunicou que as visitas, tanto hoje quanto no domingo, além das audiências dos presos já programadas também serão realizadas normalmente.
Segundo o secretário, para garantir o reforço na segurança das unidades, foi solicitado apoio da Polícia Militar, que ampliará o efetivo a partir desta quinta-feira em todas as unidades.
A Sejuc também informou que o secretário fará uma reunião com representantes de alas e agentes carcerários para orientá-los sobre condutas e procedimentos neste período de greve que deverá ter uma redução de efetivo.
Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.
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