A declaração de vários governadores, inclusive o de Minas Gerais, pedindo às bancadas o adiamento da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria o piso nacional para os policiais militares e civis e do Corpo de Bombeiros, conhecido como PEC 300, gerou revolta entre os militares. O capitão e diretor da Unidade de Reformados da PM em Uberaba, José Ronaldo Campos, disse que as manifestações continuam para aprovação da PEC.
Segundo o capitão, os governadores estão dificultando a votação da PEC, pois acreditam que este acréscimo irá reverter nas contas do estado, entretanto a intenção da proposta é que seja criado um fundo nacional de segurança, pelo governo federal. Portanto, o acréscimo no salário dos policiais e do Corpo de Bombeiros viria de recursos da União.
O deputado estadual Olímpio Gomes (PTD-SP) crê que o impasse "pode desencadear a maior greve da história" e criar um desgaste que poderia ser evitado com a aprovação da PEC nº 300. Entretanto o capitão acredita que a Polícia Militar não chegará a tanto, "acho difícil a realização de greve, pois a segurança pública é serviço essencial, e sem policiais poderia acarretar sérios problemas", comenta.
De acordo com o comandante, na última quarta-feira uma equipe de militares de Uberaba foi a Brasília para participar de uma manifestação pedindo a votação da PEC. Entre os manifestantes estavam também policiais de estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. "Pedimos a votação da PEC no segundo turno, pois no primeiro a proposta já foi aprovada em agosto, entretanto acredito que não será votado este ano, pois o congresso cria métodos de intervenção para atrasar, pois nove medidas provisórias estão trancando a pauta", explica.
No Congresso, os militares contam com o apoio de vários deputados, entre eles parlamentares mineiros que já anunciaram serem favoráveis a PEC. O comandante acrescentou ainda que no dia da posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, marcada para o dia 02 de janeiro, militares e os bombeiros estarão na solenidade com placas e bandeiras pedindo à presidente para que a PEC seja finalmente aprovada e comece a valer. Uma caravana sairá de Uberaba.
A proposta pode trazer um aumento atingindo até R$ 3,5 mil ao salário inicial dos praças e para R$ 7 mil o dos oficiais. Atualmente, a média nacional é de R$ 1.814,96, o mesmo valor pago aos militares em Minas Gerais. Já no Rio Grande do Sul, por exemplo, um PM em início de carreira recebe R$ 850 por mês, o menor valor praticado em todo o país. (GS)
Fonte:http://www.jornaldeuberaba.com.br
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