Alícia Uchôa e Bernardo Tabak
Do G1 RJ
De prontidão desde que começaram os ataques em diversos pontos do Rio e Grande Rio, no último domingo (21), sem dormir, comendo mal e levados à exaustão, policiais civis e militares contam como foi participar da megaoperação da Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio. Depois de ocupada, muitos deles passaram a noite em claro ou até se revezavam para dormir em bares abandonados na favela.
Na Vila Cruzeiro, alguns policiais contam que há agentes que dormem na comunidade desde quarta-feira (24). “Depois da ocupação do morro, a gente se revezava em turnos para dormir”, conta um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que não quis se identificar. “Aproveitamos a parte externa de alguns bares, que foram abandonados, para descansar um pouco. Enquanto uns dormiam, improvisados, às vezes sentados em cadeiras mesmo, outros montavam guarda”, lembra ele.
Nessas horas, concentrados no trabalho, eles são privados de necessidades básicas, como tomar banho. “Somente nesta sexta alguns homens do Bope, que estavam na operação, puderam ir ao batalhão para tomar uma ducha e descansar”, conta um colega de batalhão. “Eu, por exemplo, estou com a mesma sunga desde quarta-feira”, acrescenta outro, soltando o sorriso.
Disputa para entrar no helicóptero da polícia
Agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, Leonardo Aranha estava de folga em casa, cuidando da filha, quando a confusão começou. Antes que o comandante o chamasse, recebeu o aval da mulher para entrar de prontidão. “Ela disse ‘Vai lá, vai com Deus e lembre que estamos te esperando’. Foi como se tivesse ganho na Mega-Sena”, lembra ele.
Toda a sede de entrar logo em ação foi barrada quando chegou na unidade de trabalho. "Nem adianta Aranha, tem fila para voar nesse helicóptero!". Ele acabou indo reforçar a polícia de carro e hoje chama a ordem como seu “passaporte cidadão-policial”.
“Para alguns foi mais um dia de trabalho difícil: balas voando, pessoas gritando, sangue no chão. Mas para todos nós, foi uma vitória à parte, um prazer consumido aos poucos, aquilo que chamamos de lavar a alma. E nós sabemos que tudo isso não foi somente por nós, por propósitos próprios, por vaidade, ou para mostrarmos quem é que manda no pedaço. Foi pelos cidadãos de bem da nossa cidade. Tudo o que aconteceu lá dentro morrerá conosco, mas acredito que estamos diante do início do fim daquela bagunça”, desaba.
‘Conquistamos a lua’, diz coronel da PM
Com 27 anos de Polícia Militar e 50 de idade, o coronel Lima Castro atualmente é relações públicas da corporação. Apesar de ter no currículo pacificações em territórios em Moçambique e Timor Leste, auxiliando missões da Organização das Nações Unidas (ONU), ele entrega o gostinho especial de fazer parte de uma operação tão importante em sua cidade.
“Desde que me entendo por oficial da Polícia Militar, a Vila Cruzeiro é um lugar dominado por criminosos. Para mim, essa ocupação é a mesma coisa que conquistar a Lua”, compara.
“Desde que me entendo por oficial da Polícia Militar, a Vila Cruzeiro é um lugar dominado por criminosos. Para mim, essa ocupação é a mesma coisa que conquistar a Lua”, compara.
Fonte:http://g1.globo.com
Nota do Blog: O Policial Civil Leonardo Aarnha do RJ, no momento em que brincava com sua filha, após o operador da segurança publica tomar conhecimento dos atos delituosos por parte dos traficantes, sua esposa proferiu as seguintes textuais: “Vai lá, vai com Deus e lembra que estamos te esperando". é algo inesplicavel, ela também almeja que seus direitos constitucionais de ir e vir sejam garantidos. Vejam que os militares da PMRJ, que ja estão na reserva remunerada estão sendo voluntários para combater a criminalidade. Só não vê quem não quer é o momento da turma do congresso olhar para a PEC 300.
Em corrida de carros costuma-se dizer: na chuva podemos ver a diferença entre homens e meninos. Isso se refere a audácia e perícia de pilotos correndo com a pista molhada. Já na guerra podemos ver a diferença entre soldados e guerreiros. O guerreiro faz a diferença. O guerreiro cobra de si mesmo o tributo necessário para vitória.
ResponderExcluirParabéns a todos que participaram dessa batalha que é um marco na história da polícia.