O concurso
para a Polícia Militar do Pará continua válido e permanece em seu
processo normal de seleção. A confirmação foi dada ontem pelo delegado
Rogério Moraes, da Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe),
que esteve a frente das investigações e da prisão da quadrilha que
tentou fraudar o certame, no último domingo, em Marabá.
“A fraude não foi feita. Temos certeza de
que não houve qualquer alteração que justificasse o pedido de suspensão
do concurso”, enfatizou o delegado. O concurso está sendo organizado
pela Universidade do Estado do Pará e disponibiliza 2.180 vagas para a
Polícia Militar. Além de Marabá, Belém, Santarém e Altamira realizaram a
prova.
O “cabeça” do esquema, o cabo PM do Estado
de Tocantins, Tonny Duarte Costa, está preso no 4º Batalhão da Polícia
Militar de Marabá. Tonny foi detido quando saia da escola Martinho Mota
Silveira, após acabar a prova. Por mensagem de celular, ele passaria o
gabarito para os outros dois envolvidos. Com o militar foi apreendido o
celular, uma arma legalizada e a ficha de inscrição.
A “Operação Vibracall” foi deflagrada em
razão de denúncias encaminhadas à Uepa e ao comando da Polícia Militar
do Estado. Diante das evidências, uma equipe da Secretaria Adjunta de
Inteligência e Análise Criminal (Siac) foi deslocada para a cidade de
Imperatriz, no Maranhão, onde Tonny Duarte, que é cabo da PM do
Tocantins, reside. Ele estava inscrito no concurso como concorrente a
uma vaga de soldado no polo Marabá (PA) e cobrava R$ 10 mil, por pessoa,
para repassar as respostas das provas.
Após a prisão, policiais retornaram à
escola, onde passaram a monitorar os outros dois suspeitos. No final da
prova, foram abordados e presos por terem recebidos o gabarito em seus
celulares. Ruan Kelson Pereira e Antônio da Silva Santos, candidatos do
concurso; estão detidos na Delegacia da Polícia Civil, no núcleo Nova
Marabá. No local, também está preso Agnno Lima Bezerra, motorista do
carro.
Agnno Bezerra foi o único a falar com a reportagem. “Os cara que me contrataram apenas para trazer o carro. Não sabia de nada. Não conhecia nenhum deles”, disse o acusando, não especificando quando receberia pelo frete.
O delegado Rogério explicou que estavam
investigando o caso desde a segunda-feira, 20. A informação sobre a
tentativa de fraude partiu de Belém, no núcleo de Inteligência da
Polícia Civil. Durante toda a semana, Tonny foi monitorado pelos
policiais. Ele foi pego em flagrante, quando tentava passar o gabarito
da prova, via celular.
Os presos foram conduzidos até a
Superintendência da Polícia Civil de Marabá, onde foram autuados em
flagrante por fraude em concurso (art. 311) e formação de quadrilha
(art.288). O grupo permanecerá à disposição da Justiça em Marabá. (Com
informações da RBATV/Marabá).
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