Funcionalismo promete radicalizar. Itamaraty e Receita podem parar
BRASÍLIA — A dez dias do fim do prazo para o envio da proposta
orçamentária de 2013 ao Congresso, os servidores públicos federais foram
nesta terça-feira mais uma vez às ruas para pressionar o governo por
reajustes. À noite, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse
que serão aplicadas sanções aos grevistas em casos de desrespeito à lei,
referindo-se às greves da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária
Federal (PRF). Já o Ministério do Planejamento anunciou o corte do ponto
de 11.495 funcionários do Executivo. Segundo o ministério, a medida não
atingiu os professores das universidades federais, que já fecharam
acordo de reajuste salarial entre 25% e 40% até 2015.
— Da mesma
forma que garantimos a liberdade de expressão, não podemos aceitar a
ofensa a lei, ao interesse público e ao interesse do cidadão. Baixamos
uma clara orientação para a direção da Polícia Federal e da Policia
Rodoviária Federal. Em todos os casos que ocorrerem ilegalidade vamos
abrir processo disciplinar e informar à Justiça — disse Cardozo.
Há
dois dias parados em 12 estados, os agentes da PRF pretendem parar as
atividades em todo o Brasil amanhã, a partir das 14h, se não houver
acordo. Hoje, estão atendendo apenas casos urgentes, com vítimas, ou
flagrantes.
Segundo Reni Rocha, vice-presidente do Sindicato dos
Policiais Rodoviários Federais do Distrito Federal (SinPRF-DF), embora a
carreira exija ensino superior, os agentes recebem valor de nível
médio. Na terça-feira, trabalhadores do Hospital das Forças Armadas
(HFA) recusaram a proposta de reajuste de 15,8%, parcelado em três anos.
Os servidores do Itamaraty prometem parar hoje. Pedro Delarue,
presidente do Sindifisco Nacional, disse que os auditores fiscais da
Receita vão cruzar os braços hoje e amanhã.
O Ministério da
Educação divulgou nesta terça-feira balanço parcial referente às
universidades federais que mostra que os servidores
técnico-administrativos de 20 delas aceitaram a proposta de reajuste do
governo, de 15,78% em três anos, e decidiram voltar ao trabalho. Em
outras cinco, a categoria recusou e a paralisação continua.
Fonte:http://oglobo.globo.com
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