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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PT anuncia saída de João Paulo da disputa pela prefeitura de Osasco

SÃO PAULO - Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, o deputado federal João Paulo Cunha (PT) desistiu na quinta-feira da candidatura a prefeito de Osasco. A decisão foi anunciada em reunião à noite com os militantes e membros do diretório municipal, que serviu também como ato de desagravo ao deputado petista. Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, o partido comunicou oficialmente a saída do deputado. Na nota, o PT confirma que o vice na chapa, Jorge Lapas, é o substituto de João Paulo e que o vereador Valmir Prascidelli será o candidato a vice.
 
Segundo a nota, a decisão foi unânime e contou com a participação da família do deputado. O partido informa ainda que João Paulo vai continuar a ajudar no projeto do PT para desenvolvimento de Osasco.
 
“Depois de longa reflexão pessoal, em coerência com os princípios que pautam sua vida pública e em atinência aos seus compromissos com a cidade, João Paulo decidiu retirar seu nome e assim continuar contribuindo com o desenvolvimento de Osasco, objetivo inarredável do projeto e da administração levados a efeito pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos anos”, diz a nota.
 
O clima que cercou o encontro onde foi decidida a saída de João Paulo na quinta-feira foi de muita tensão. Agredindo repórteres e fotógrafos, militantes petistas blindaram a saída do carro de João Paulo Cunha, que deixou o ginásio sem falar com a imprensa. Os petistas ainda enfrentaram um protesto na saída do evento. Dez pessoas gritavam “ladrão, ladrão”. Os petistas retrucavam com palavras de ordem como “Partido, partido, é dos trabalhadores” e gritavam o nome de João Paulo Cunha.
 
Abatido, o deputado chorou ao discursar para os militantes. O prefeito Emídio de Souza disse que era hora de “enxugar as lágrimas” e “redobrar as energias” para fazer a campanha do novo candidato, Jorge Lapas. João Paulo se reuniu com militantes depois de horas de reunião privada com o prefeito e outros líderes estaduais e municipais do PT. Os petistas se preocupam em preservar João Paulo, um líder que mantém grande influência no partido no estado, mas não querem deixar que a condenação respingue nas outras candidaturas do país. Até porque João Paulo havia sido aconselhado por cardeais do partido a não se candidatar por causa do julgamento. Ele é o único réu do mensalão que disputa as eleições este ano.
 
Desde que foi condenado pelos ministros do STF, o deputado conversou por telefone com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o presidente nacional do PT, o deputado Rui Falcão. A decisão de renunciar já estava tomada, mas os petistas discutiam a melhor forma de anunciar.
Questionado sobre o impacto da condenação na campanha, João Gois, presidente do diretório municipal do PT em Osasco, disse que esta é uma “batalha” que o PT está enfrentando.

— A gente veio de grandes batalhas. Esta é uma batalha pela qual estamos passando. Temos que caminhar.
 
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