A divisão do Estado do Pará em outras duas unidades federativas voltou a gerar polêmica, após a Câmara dos Deputados ter aprovado plebiscito para criação dos Estados do Tapajós e Carajás. No caso de Carajás, um decreto deve ser promulgado pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), autorizando a realização da consulta. No caso de Tapajós, o plenário da Câmara aprovou o plebiscito, mas ainda falta votação no Senado.
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Divisão do Pará: Plebiscito ainda não está definido
De acordo com o Deputado Federal, no Brasil, existem exemplos de que a divisão de alguns Estados resultou no crescimento significativo no PIB (Produto Interno Bruto), influenciando o desenvolvimento da população como um todo. 'No Brasil temos dois laboratórios ao ar livre para provar que a divisão fez a diferença na economia. Primeiro, o caso de Mato Grosso, que resistiu na separação para a criação do Mato Groso do Sul e agora tem um crescimento no PIB que é três vezes maior do que o do país. Outro excelente exemplo são Goiás e Tocantins. Houve resistência, mas hoje o Tocantins é um excelente Estado e cresceu 2,7 vezes mais que o Brasil desde sua criação', detalha Queiroz.
Mas o cientista político Edir Veiga ressalta que, entre Tocantins e Pará, existem modelos de estados diferentes e que essas políticas, ao invés de ajudar no desenvolvimento, levarão o Pará e os novos Estados a um declínio econômico. 'Com a divisão do Estado, o Pará irá perder regiões importantes do ponto de vista da produção mineral e agropecuáriaa, além da perda de territórios com potenciais desconhecidos para o Estado em si. Porém, isso não significa que os outros Estados estariam ganhando por terem esses territórios', frisa Veiga.
Outro fator importante é a visualização e atenção que o Governo do Estado dá aos municípios do interior, como é o caso das cidades do Baixo Amazonas. Com a criação dos novos governos, ficaria mais viável ao povo o contato com os seus gestores, já que próximos poderiam obter respostas como mais rapidez e discutir problemas relacionados à saúde e educação, que são os mais questionados no Pará.
'Hoje se alguém estiver com graves problemas de saúde em Parauapebas, provavelmente será encaminhado para o Tocantins, já que está mais próximo que Belém. Na questão da educação, o Tocantins tem uma população de 1,3 milhões de pessoas com seis universidades. Já na região do Carajás, tem 1,6 milhões de habitantes e nenhuma universidade', argumenta o deputado Giovanni Queiroz.
Quem também se posicionou contra a divisão do Estado foi o chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho. Sobre a possibilidade de haver um plebiscito, ele diz que o mais importante e realizá-lo em todo Estado e que qualquer coisa diferente disso é 'golpe'.
'Quero dizer à população que temos todos os estudos preliminares que apontam enormes prejuízos ao povo. Haveria aumento no custeio da máquina administrativa, porque haveriam novos governadores, novos deputados, assembleia legislativa, tribunais...E quem ia pagar essa conta?', diz
'Para os políticos seria 'uma boa', afinal, seriam criados novos cargos públicos, mas quando tratamos de segurança, saúde, educação, sabemos que são assuntos que não têm prioridade nesse debate', desabafa.
Além de ser contra a divisão, Zenaldo complementa. 'Estamos criando o comitê 'Por um Pará Grande e Forte' contra a divisão do Estado, pois independente da função que exerço hoje, como cidadão paraense, me posiciono contra essa divisão'.
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