Pesquisar este blog

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Maus-tratos em carceragem serão apurados, diz Susipe

Superintendência do Sistema Penitenciário promete investigar caso.
OAB formou comissão para apurar abusos de autoridade.
Do G1 Pará
                   
As corregedorias do Sistema Penal e da Polícia Militar do Pará abriram procedimentos para investigar denuncias de tortura contra detentos da Colônia Agrícola Heleno Fragoso (CAHF), no Pará.  De acordo com denúncias de familiares dos presos, eles estariam sofrendo com abusos cometidos por policiais militares e agentes penitenciários durante uma revista realizada na penitenciária na última segunda-feira (16). Familiares também dizem que, após denúnciar o caso, estariam sendo ameaçados

Um relatório sobre as denúncias foi apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O documento foi elaborado após visita da OAB e da ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública (Segup) ao local. O documento concluiu que pelo menos 30 detentos teriam sido espancados e que quatro deles tiveram fraturas. Segundo Marcelo Freitas, integrante da comissão de combate e a erradicação da tortura da OAB, na última segunda-feira (16) cerca de 500 presos foram acomodados em uma pequena sala durante 4h. Eles teriam ficado imobilizados e sujeitos a gás de pimenta e a ofensas morais, sem receber alimento. Depois disso, ao voltar para as celas, eles teriam sido submetidos ao que se chama de corredor polonês - duas fileiras de policiais armados com cassetetes - e, então, espancados. 
"Tal conduta é inadmissível  por parte dos agentes públicos, que devem ter, tanto da opinião pública, quando das autoridades, todo o repúdio e toda ação para  apurar a responsabilidade deses agentes públicos envolvidos", considera o advogado.
Apreensões teriam originado revolta de presos

De acordo com a Superintendência do Sistema Penal (Susipe), no último domingo (15) alguns detentos teriam ficado revoltados com a apreensão de bebidas alcoólicas dentro da Colônia. Eles teriam agredido alguns agentes penitenciários e, no dia seguinte, durante a revista, além de mais bebidas, foram apreendidas dezenas de armas brancas, 27 celulares e 54 petecas de entorpecentes na colônia.


O coordenador-geral Penitenciário, Ten. Cel Jean Marcel, informou em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (19) que está apurando os supostos maus-tratos. Segundo o coronel, o Estado adota medidas de controle, como revistas de rotina, mas caso seja constatado abuso de autoridade, os envolvidos serão identificados e punidos. 
“As revistas de rotina são necessárias para coibir a entrada de bebidas alcoólicas, drogas e celulares e para isso contamos com o apoio da policia militar. Se houve excesso por parte dos policiais será apurado e se for comprovado os envolvidos serão responsabilizados”, assegurou.
O Coordenador informou ainda que a Colônia Agrícola passa por um processo de reestruturação, que deve aumentar a segurança do perímetro. "Estamos concluindo o cercamento de toda a área, e na segunda quinzena de agosto será inaugurado um centro de ensino, três alojamentos e novos projetos que irão tornar a Colônia autossustentável e permitir o aumento do número de presos trabalhando”, concluiu.




A Susipe espera concluir a sindicância em 20 dias. Ao todo, 40 homens da polícia militar e 20 agentes penitenciários participaram da revista dentro da casa penal. Já a OAB ainda apura ameaças que estariam sendo feitas aos familiares dos detentos que denunciaram as agressões.
O relatório com o resultado da visita será enviado ao Ministério Público e às Corregedorias da Polícia Militar e da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário