Cerca de cem pessoas estiveram ontem de manhã em um cemitério particular de Marituba, para dar o último adeus ao sargento da Polícia Militar Raimundo Santa Brígida, encontrado morto na sexta-feira passada, na residência do candidato ao governo do Estado pelo PMDB, deputado estadual Domingos Juvenil. O corpo do policial, que há oito anos era setorizado na segurança da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), foi velado em Santa Bárbara, de onde partiu o cortejo rumo ao cemitério.
O velório teve início na noite de sábado e se estendeu até a manhã de ontem. Foram necessários dois ônibus e uma van para que familiares, amigos e colegas de trabalho conseguissem chegar ao local do enterro, onde relembraram os momentos em que estiveram com o policial, na capela da necrópole. O candidato Domingos Juvenil não compareceu à cerimônia, mas enviou uma coroa de flores em solidariedade à família daquele que trabalhou em sua segurança por oito anos.
Até o momento, um procedimento investigativo foi aberto pela Polícia Civil para apurar o caso, que foi registrado pela Divisão de Homicídios. A morte do PM foi registrada por volta de 20h de sexta-feira, e, segundo informações, o disparo partiu da própria arma do sargento Santa Brígida. Mas a família do policial diz não acreditar que ele tenha se suicidado, já que não tinha motivos para isso, disse a sobrinha Débora Costa dos Santos, que estava inconsolável.
Já para o colega de trabalho da vítima, o sargento José, que também trabalha na Assembleia Legislativa, tudo indica que o disparo da arma de fogo tenha sido acidental. "Pelas características, pelo fato da arma ter atingido o pescoço do policial, tenho quase certeza de que o sargento disparou o revólver por acidente", disse. O sargento José ressaltou ainda que o sargento Santa Brígida, que tinha 20 anos de corporação, era um homem muito querido por todos e, por esse motivo, descartava a possibilidade de homicídio.
SUSPEITA
Outro parente do policial encontrado morto na sala de segurança da residência de Domingos Juvenil informou que não duvidava de que o sargento tinha sido assassinado, principalmente por se tratar de um período de campanha política. "Esses políticos fazem de tudo para desestabilizar os candidatos, até matar", disse um senhor, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Enquanto alguns parentes e amigos faziam conjecturas, a mulher e os dois filhos do sargento não quiseram dar declarações sobre o caso, pois estavam muito abalados. O filho mais novo da vítima, Luís Henrique, chegou a passar mal durante o enterro do pai e precisou ser acalmado pelos que estavam no local. O sargento Raimundo Santa Brígida foi enterrado por volta de 11 horas ao som de cânticos religiosos.
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