Pesquisar este blog

domingo, 29 de agosto de 2010

Jornais: Temer omite do Fisco imóvel de R$ 2 milhões


FOLHA DE S.PAULO


Temer omite de declaração ao TSE imóvel de R$ 2,2 milhões


Vice na chapa da presidenciável petista Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB-SP) omitiu um imóvel de R$ 2,2 milhões na declaração de bens que entregou à Justiça Eleitoral no ato de registro de sua candidatura, nas eleições de 2006. A omissão foi reconhecida por Temer quando a Folha buscou detalhes de uma explicação que ele havia dado a jornalistas sobre a evolução de seu patrimônio nos últimos quatro anos.


Em julho, assim que Temer entregou sua relação de bens ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a imprensa notou que o patrimônio do deputado e presidente da Câmara havia crescido 118,8% entre 2006 e 2010, em valores já corrigidos pelo IPCA. O patrimônio passou de R$ 2,29 milhões, em 2006, para R$ 6,05 milhões, em 2010. Procurado então por jornalistas, o deputado distribuiu, por meio de sua assessoria, uma informação que agora se revela inverídica.


Na ocasião, assessores do deputado afirmaram que o crescimento se devia ao recebimento de honorários advocatícios relacionados a uma causa que Temer, como advogado, havia conduzido ainda nos anos 70. A explicação foi divulgada pela imprensa e na internet -incluindo a Folha, na edição de 6 de julho passado. No dia 5, o portal da internet IG ressaltou a explicação de Temer: "A assessoria ainda disse que a evolução patrimonial de Temer se deu devido a honorários advocatícios que ele recebeu de uma ação da década de 1970 e que só teve sua decisão final dada recentemente".


Ao longo dos últimos 30 dias, a Folha quis saber de Temer qual era o cliente da causa milionária. A assessoria do deputado não dirimiu a dúvida, mas reafirmou a primeira versão sobre os honorários, que teriam sido recentemente recebidos. A reportagem não encontrou, nos registros da Justiça paulista, nenhuma causa milionária ganha por Temer e, por isso, voltou a indagar a assessoria. A dúvida não foi esclarecida novamente.


Na última segunda-feira, questionado em São Paulo, o deputado apresentou uma nova versão que desmente explicação dos honorários. Ele disse que, por um "erro de digitação", não foi declarada, em 2006, a propriedade de imóveis na região do Itaim Bibi, bairro nobre de SP. A omissão do imóvel, disse Temer, teria levado à conclusão de que seu patrimônio evoluiu.


Equívoco é do "sujeito que digitou a declaração", justifica deputado


O deputado Michel Temer atribuiu a um "erro de digitação" a omissão de R$ 2,2 milhões na declaração de bens de 2006. Reclamou de reportagens da Folha em 2008 que revelaram divergências de valor na declaração de uma fazenda. A seguir, trechos da entrevista.


Folha - Sobre seu patrimônio, que evoluiu 118%...


Michel Temer - [Interrompendo] Você já sabe disso. Está insistindo numa pergunta à toa. Vou solucionar logo: você pega a minha declaração entregue ao Tribunal Regional Eleitoral de 2004, e verá que lá está o meu patrimônio. É que na digitação de 2006, tiraram um patrimônio, declarado desde 2003 em todas as minhas declarações de Imposto de Renda. Por isso, o que parece 118%, na realidade, é 5%.


Qual foi retirado?


Um imóvel de R$ 2,2 milhões. (...) Eu tinha em 2003, e declarado em 2003, 2004.


Houve erro na declaração?

De digitação.


De quem foi o erro?


Do sujeito que datilografou, que digitou. A primeira explicação é que havia honorários de uma causa dos anos 70... Eu ganhei honorários ao longo do tempo. (...) Mas antes de 2003. Por isso que digo que está na declaração de 2004. Lamento que vocês façam isso. Olha, vocês fizeram um barulho enorme, com negócio de terras lá, não sei o quê, [mas] quando o procurador-geral arquivou...


Nenhum comentário:

Postar um comentário