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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Coronéis da PM são detidos por crime eleitoral

A Polícia Federal fez a detenção em flagrante na noite de anteontem, no aeroporto de Santarém, do coronel Ailton Dias e da tenente-coronel Suzi Dias, que exercem funções de confiança no Comando da Polícia Militar do Pará. Marido e mulher, os oficiais foram abordados pelos agentes da PF ao desembarcarem de voo originado em Belém, portando material de propaganda eleitoral da governadora e candidata do PT, Ana Júlia. O coronel, segundo ofício mandado pela PF de Santarém para o Ministério Público Militar em Belém, tentou resistir à revista, mas foi convencido.

Segundo o ofício assinado pela delegada federal Mariana Brito, a detenção dos oficiais da PM ocorreu porque os agentes receberam denúncia anônima para interceptar remessa de dinheiro ilegal para a campanha na cidade. Na revista, feita numa sala reservada da PF do aeroporto, os policiais não acharam dinheiro, mas “santinhos” da candidata Ana Júlia. Os militares responderão em liberdade por crime eleitoral previsto no artigo 73 da Lei 9.504/97, que penaliza os desvios de função por servidores das três esferas de governo.

A PF de Santarém, que estranhamente deixou de lavrar o auto de flagrante, limitou-se a comunicar o fato por ofício. De posse dele, o MP Militar encaminhou o documento da delegada ao procurador regional eleitoral, Daniel Avelino, para que tome providências, com base na lei que pune o desvio de função pública. O crime estaria caracterizado pelo transporte de material de propaganda política pelo casal de oficiais. O MP Militar, que investiga crimes militares, diz que só a Justiça Militar é competente para apurar o caso.

Esse foi o primeiro flagrante após a reunião na sede da Procuradoria Regional Eleitoral, em Belém, noticiada com exclusividade pela coluna Repórter Diário no começo da semana, sobre parceria entre PF e Ministério Público Militar para combater o desvio de servidores públicos para as campanhas eleitorais no segundo turno. Montada com os contingentes arregimentados para o trabalho de fiscalização da Justiça Eleitoral, a força-tarefa veio para reforçar até domingo a repressão contra o uso ilegal de servidor público.

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