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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski deixa o cargo após conversa com Beltrame

O Globo

RIO - O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo após uma longa conversa na manhã desta terça-feira com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Segundo nota da Secretaria de Segurança, a decisão foi tomada após os dois concluírem que essa seria a decisão mais adequada "para preservar o bom funcionamento das instituições". Ainda não foi divulgado quem será o substituto de Allan.

Também em nota, o secretário agradeceu publicamente a dedicação e a fidelidade do delegado Turnowski durante sua gestão. O ex-chefe de Polícia Civil também se manifestou através de nota e disse ter a certeza de que esta "é a melhor decisão para o momento". (Confira a íntegra da nota de Turnowski)

Pouco antes da divulgação da saída de Turnowski do cargo, circulou a informação de que o delegado Rivaldo Barbosa teria sido exonerado da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. A assessoria de imprensa da pasta, no entanto, informou que ele deixou o cargo no início do mês, antes da crise da polícia, para se tornar assessor especial do secretário José Mariano Beltrame. Em seu lugar assume o delegado federal Fábio Galvão.

Crise na Polícia Civil motivou saída de Turnowski


No dia em que a Operação Guilhotina foi deflagrada, na última sexta-feira, Turnowski foi chamado a depor na Polícia Federal sobre o envolvimento de seu ex-subchefe operacional, Carlos Antônio Luiz Oliveira, com uma quadrilha ligada ao desvio e venda de armas a traficantes. Perguntado pelo delegado federal Paulo César Barcelos sobre o "suposto recebimento da quantia de R$ 200 mil" pela Chefia de Polícia Civil - propina que seria recebida por cada delegacia -, Turnowski alegou que, sendo 180 delegacias no estado, o total chegaria a um valor estratosférico, o que, por si só, desqualificaria a denúncia. Ele disse ainda que, se houvesse alguma prova de sua participação no esquema, ele teria sido preso, mas sequer foi indiciado. No entanto, depois da Operação Guilhotina, sua substituição na chefia de polícia passou a ser considerada.

Dois dias depois de prestar seu depoimento, Turnowski determinou uma devassa na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde, sob o comando do delegado Claudio Ferraz, começou parte da investigação que resultou na Operação Guilhotina. A delegacia teve as portas lacradas. A iniciativa de investigar a Draco, segundo o chefe da Polícia Civil, foi tomada a partir de denúncias sobre o suposto envolvimento da equipe do delegado Claudio Ferraz em extorsões contra empresários e prefeituras.

Turnowski ingressou na Polícia Civil em 1996, depois de passar no concurso para delegado de polícia. Desde então, ele atuou na 16ª DP (Barra da Tijuca), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFA), sendo promovido a diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde ficou por seis anos. Neste último cargo, ele foi nomeado pelo ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins - que chegou a ser preso por formação de quadrilha e ainda responde a processo por lavagem de dinheiro - e mantido pelo sucessor dele, Gilberto Ribeiro. Ele assumiu o cargo de chefe de Polícia em março do ano passado.

Em um ano e dez meses de trabalho sob o comando de Allan, a Polícia Civil ganhou uma delegacia exclusiva para investigação de homicídios; aprimorou o atendimento nas delegacias distritais através do Dedic. Também foram feitas prisões importantes contra a milícia e houve a redução nas taxas de roubo de veículos.

Fonte:http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/02/15/chefe-da-policia-civil-allan-turnowski-deixa-cargo-apos-conversa-com-beltrame-923806307.asp

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