Parente de Marcinho VP era cedido à delegacia de combate ao tráfico
Marcelo Bastos e Mario Hugo Monken, do R7 11/02/2011 às 18h00
Um dos policiais militares presos na operação Guilhotina da PF (Polícia Federal), o terceiro-sargento Carlos Eduardo Nepomuceno Santos, conhecido como Edu ou Cadu, é primo do chefe da maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, atualmente preso na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, segundo setores de inteligência da polícia fluminense.
E mesmo com o grau de parentesco, Edu trabalhava como adido na Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), unidade especializada na repressão ao tráfico de entorpecentes da Polícia Civil fluminense
O PM é conhecido como Edu na corporação e Cadu no Complexo do Alemão, na zona norte. Segundo fontes da polícia, ele foi criado com Marcinho VP e teria grande prestígio dentro da facção criminosa. A PF não informou se ele está entre os presos.
Edu trabalhava com outro PM também primo de Marcinho VP e que ainda não foi indiciado pela PF. Os dois usavam a mesma viatura durante as operações policiais. A PF não detalhou qual a participação de Cadu no esquema, mas fontes da polícia fluminense informaram que ele praticava vários crimes.
As investigações da operação Guilhotina indicaram que policiais teriam se apropriado de bens de moradores e de traficantes durante a ocupação no Complexo do Alemão, iniciada no final de novembro, como também revendiam aos bandidos o material apreendido, principalmente armas. Uma fonte da polícia do Rio informou ao R7 que pelo menos 70 fuzis apreendidos teriam sido desviados por policiais e não foram apresentados.
A operação Guilhotina da PF resultou na prisão de 30 pessoas até o início da tarde desta sexta-feira (11). Entre os presos, há mais de 20 policiais civis e militares. São 45 mandados de prisão a serem cumpridos. Além de policiais, há informantes dos mesmos entre os indiciados.
As investigações indicam que os envolvidos vazavam informações sobre operações policiais em favelas, vendiam armas para os traficantes, se apropriavam de bens dos criminosos e de moradores, além de atuarem em uma milícia no bairro de Ramos, na zona norte, e fazer segurança para casas de prostituição e para a máfia dos caça-níqueis.
Entre os presos, está o delegado Carlos Antônio Oliveira, que foi subchefe da Polícia Civil até outubro do ano passado. Em razão do seu suposto envolvimento com o tráfico de drogas, Oliveira será exonerado do cargo de subsecretário de operações da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), função que ocupava havia um mês. Oliveira e outros policiais civis envolvidos foram chamados de "traidores" pelo chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, que prestou depoimento à PF pela manhã.
Fonte:http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias
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