RIO - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público Estadual, uma grande operação, batizada de Guilhotina, para prender policiais civis e militares, inclusive delegados. Eles são acusados de corrupção, roubo e de manter estreita ligação com traficantes do Rio.
Pelo menos 45 mandados de prisão estão sendo cumpridos por 380 federais e 200 agentes de forças estaduais, além de dois helicópteros e quatro lanchas. Trinta já foram presos, entre eles 22 PMs e policiais civis. A Justiça também expediu outros 48 mandados de busca e apreensão. Com lanchas, agentes também fazem buscas na Baía de Guanabara atrás de corpos de possíveis vítimas de milícias.
(Veja fotos da operação)
Uma parte do grupo recebia, cada um, até R$ 100 mil de propina por mês para proteger traficantes como Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico nas favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado.
Nesta manhã, a delegada Marcia Beck, titular da 22ª DP (Penha), foi detida para prestar esclarecimentos e logo em seguida será liberada. Ela foi levada para a sede da Superintendência da PF, na Praça Mauá. A delegacia foi praticamente ocupada e fechada para cumprimento de mandados de busca e apreensão. Pelo menos três policiais da delegacia tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. Os agentes da PF chegaram às 6h na delegacia e saíram por volta de 9h24m. Os policiais recolheram munição, celulares, agendas e objetos dos policiais acusados. Os agentes também estiveram vasculhando a 17ª DP (São Cristóvão).
No início da manhã, foi feita uma busca na casa do delegado Carlos Antônio Luiz de Oliveira, que é ex-subchefe de Polícia Civil. Apesar de a família dele estar no local, o delegado não foi encontrado e já é considerado foragido. Carlos Oliveira estava atualmente atuando como subsecretário de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop). Após as denúncias contra ele, a prefeitura anunciou, na manhã desta sexta-feira, que irá exonerá-lo. O delegado estava no cargo há pouco mais de um mês, quando assumiu em janeiro de 2011. Em nota, a Seop informou que "vai acompanhar atentamente as investigações da Polícia Federal".
Os policiais bandidos acusados de fazer jogo duplo foram flagrados em escutas e e-mails informando aos criminosos ligados ao traficante Nem onde e quando a polícia iria realizar operações nas favelas dominadas pelo bando.
O chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, prestou esclarecimentos sobre o caso na sede da Polícia Federal. Ao falar com os jornalistas, ele comentou também o fato de policiais civis terem tido a prisão decretada pela Justiça. Ao todo, 30 pessoas já foram presas.
- Policial que pega arma e vende para bandido é pior do que bandido.
Um dos vazamentos mais graves aconteceu durante uma operação em setembro de 2009 quando policiais federais, em conjunto com autoridades da Secretaria de Segurança do Rio, montaram um cerco para prender o traficante conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto como o Nem. O bandido acabou avisado por um membro da cúpula da polícia. Na época, ninguém soube informar quem havia sido o traidor, mas as investigações da PF revelaram que o agente duplo era um braço-direito do chefe da Polícia Civil.
Duas investigações paralelas foram iniciadas para apurar os responsáveis pelo vazamento da operação: uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança e outra da Superintendência da Polícia Federal do Rio. Segundo a PF, a troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto desta manhã.
O grupo de policiais acusados estaria envolvido ainda em outras operações criminosas. Durante as investigações que começaram em 2009, os agentes federais descobriram que os policiais em vez de prender, costumavam roubar os próprios traficantes. Pelo menos nove policiais civis e militares foram flagrados saqueando bens, dinheiro e pertences de moradores e traficantes dos Complexos da Penha e do Alemão, recentemente ocupado para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
O grupo criminoso estaria envolvido ainda com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho).
Os federais estão nas ruas atuando com a colaboração da Secretaria de Segurança, Corregedoria Geral Unificada (CGU) e do Ministério Público estadual
Pelo menos 45 mandados de prisão estão sendo cumpridos por 380 federais e 200 agentes de forças estaduais, além de dois helicópteros e quatro lanchas. Trinta já foram presos, entre eles 22 PMs e policiais civis. A Justiça também expediu outros 48 mandados de busca e apreensão. Com lanchas, agentes também fazem buscas na Baía de Guanabara atrás de corpos de possíveis vítimas de milícias.
(Veja fotos da operação)
Uma parte do grupo recebia, cada um, até R$ 100 mil de propina por mês para proteger traficantes como Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico nas favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado.
Nesta manhã, a delegada Marcia Beck, titular da 22ª DP (Penha), foi detida para prestar esclarecimentos e logo em seguida será liberada. Ela foi levada para a sede da Superintendência da PF, na Praça Mauá. A delegacia foi praticamente ocupada e fechada para cumprimento de mandados de busca e apreensão. Pelo menos três policiais da delegacia tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. Os agentes da PF chegaram às 6h na delegacia e saíram por volta de 9h24m. Os policiais recolheram munição, celulares, agendas e objetos dos policiais acusados. Os agentes também estiveram vasculhando a 17ª DP (São Cristóvão).
No início da manhã, foi feita uma busca na casa do delegado Carlos Antônio Luiz de Oliveira, que é ex-subchefe de Polícia Civil. Apesar de a família dele estar no local, o delegado não foi encontrado e já é considerado foragido. Carlos Oliveira estava atualmente atuando como subsecretário de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop). Após as denúncias contra ele, a prefeitura anunciou, na manhã desta sexta-feira, que irá exonerá-lo. O delegado estava no cargo há pouco mais de um mês, quando assumiu em janeiro de 2011. Em nota, a Seop informou que "vai acompanhar atentamente as investigações da Polícia Federal".
Os policiais bandidos acusados de fazer jogo duplo foram flagrados em escutas e e-mails informando aos criminosos ligados ao traficante Nem onde e quando a polícia iria realizar operações nas favelas dominadas pelo bando.
O chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, prestou esclarecimentos sobre o caso na sede da Polícia Federal. Ao falar com os jornalistas, ele comentou também o fato de policiais civis terem tido a prisão decretada pela Justiça. Ao todo, 30 pessoas já foram presas.
- Policial que pega arma e vende para bandido é pior do que bandido.
Um dos vazamentos mais graves aconteceu durante uma operação em setembro de 2009 quando policiais federais, em conjunto com autoridades da Secretaria de Segurança do Rio, montaram um cerco para prender o traficante conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto como o Nem. O bandido acabou avisado por um membro da cúpula da polícia. Na época, ninguém soube informar quem havia sido o traidor, mas as investigações da PF revelaram que o agente duplo era um braço-direito do chefe da Polícia Civil.
Duas investigações paralelas foram iniciadas para apurar os responsáveis pelo vazamento da operação: uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança e outra da Superintendência da Polícia Federal do Rio. Segundo a PF, a troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto desta manhã.
O grupo de policiais acusados estaria envolvido ainda em outras operações criminosas. Durante as investigações que começaram em 2009, os agentes federais descobriram que os policiais em vez de prender, costumavam roubar os próprios traficantes. Pelo menos nove policiais civis e militares foram flagrados saqueando bens, dinheiro e pertences de moradores e traficantes dos Complexos da Penha e do Alemão, recentemente ocupado para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
O grupo criminoso estaria envolvido ainda com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho).
Os federais estão nas ruas atuando com a colaboração da Secretaria de Segurança, Corregedoria Geral Unificada (CGU) e do Ministério Público estadual
Fonte:http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011
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