RIO - O novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, disse nesta quinta-feira que todas as denúncias contra o juiz João Carlos de Souza Correa, titular da 1ª Vara de Búzios, serão investigadas "com o rigor da lei".
- Um leigo tem a desculpa de não conhecer a lei, mas deve ser punido. Um magistrado, conhecedor da lei, deve ser punido ainda mais, exemplarmente - disse Rebêlo.
As investigações a cargo da Corregedoria Geral do TJ correm sob segredo de Justiça, segundo informou também o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nos corredores do TJ circulam rumores de que, nos próximos dias, haverá uma diligência no balneário para apurar mais denúncias envolvendo o juiz.
João Carlos é acusado de ter dado voz de prisão a uma agente da Operação Lei Seca na Lagoa domingo passado , após ser flagrado sem habilitação ao volante de um carro sem placa; de ter desacatado dois turistas em Búzios que reclamaram de uma festa barulhenta que promovia num quarto de hotel no último dia 9; de ter obrigado um funcionário da concessionária Ampla a religar a luz de sua casa, cortada por falta de pagamento, em 2006; e de ter discutido em 2009 com um policial rodoviário federal após passar por um posto da PRF em Rio Bonito em alta velocidade e com um giroflex proibido por lei . Ele é investigado ainda por decisões polêmicas tomadas em processos fundiários em Búzios.
Mas não é só isso. Comerciantes de Búzios acusam ainda o juiz de deixar de pagar contas em restaurantes, bares, pousadas e lojas diversas.
- Ele sempre diz que dívida de magistrado é para não ser paga. Ele apanha caixas de charuto, de vinho e de outros produtos e não paga nada. Diz para botar na conta. Pretendemos nos reunir e ir na Corregedoria fazer as denúncias o mais breve possível - disse o comerciante de bebidas André Nascimento.
Em dezembro de 2007, a coluna de Ancelmo Gois noticiou que o mesmo juiz provocou tumulto dentro de um transatlântico atracado em Búzios ao tentar embarcar e fazer compras de Natal nas lojas free shop que funcionam a bordo, de uso restrito dos passageiros.
- As lojas já estavam fechadas e o comandante se recusou a cumprir a ordem do juiz para que abrissem o comércio. O tumulto só acabou com a chegada da Polícia Federal. O comandante do navio falou que quem mandava a bordo era ele, e não o magistrado - confirmou o comerciante.
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