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domingo, 18 de abril de 2010

Governo sob suspeita de desviar dinheiro público

A chegada ao Pará da empresa baiana Link Propaganda e Comunicação, possivelmente para fazer a campanha à reeleição da governadora Ana Júlia Carepa, acendeu uma polêmica no nomeio publicitário do Estado e gerou uma suspeita: estaria a empresa contratada para a campanha faturando dinheiro público com a propaganda institucional do Estado? A suspeita surgiu após o anúncio de um acordo operacional com a paraense DC 3, uma das oito agências de publicidade legalmente habilitadas por meio de licitação para fazer a propaganda do governo petista. Fontes do meio ouvidas pelo DIÁRIO afirmam que o acordo poderia ser uma forma de repassar à Link recursos públicos para a propaganda eleitoral por meio da agência licitada. O acordo operacional foi divulgado no blog especializado em notícias da propagada chamado Pó de Vídeo no dia 7 de abril e imediatamente repercutiu em outros blogs de Belém e do interior do Estado. Não houve desmentidos por parte das duas agências. Na semana passada, contudo, a notícia saiu do ar no Pó de Vídeo. Só é possível lê-la fazendo a pesquisa do Google que recupera páginas antigas. Em entrevista ao DIÁRIO, um dos sócios da DC 3, Glauco Lima, negou que o acordo operacional exista. Segundo ele, por enquanto, trata-se apenas de uma negociação para “atendimento a toda a carteira de clientes”. A ideia, segundo Lima, é de que a Link prestasse suporte para clientes da DC 3 fora do Estado, ao mesmo tempo em que a agência paraense ofereceria os mesmos serviços aos clientes da Link que atuam no Pará. Ao ser confrontado com a informação de que a Link está se instalando em Belém e por isso passaria a concorrer com a DC 3, Glauco disse que conversa também com grupos de São Paulo e que diante da polêmica poderá adiar o acordo operacional para depois das eleições.O publicitário paraense negou que a Link esteja prestando serviços ao governo sem ser licitada para tal e recebendo por meio da DC3. “Não podemos abrir mão de nossa condição de agência”. Segundo Glauco, as negociações com outras agências já vinham ocorrendo há cerca de um ano. A polêmica agora só estaria ocorrendo pela proximidade com o período eleitoral. “Há um ambiente eleitoral e mercados menores sempre se espantam quando chega uma agência de fora”. VERBAS Nove empresas licitadas atendem às demandas de propaganda do governo. Entre elas a agência DC3. VÍNCULOS Publicitários vêm questionando acordos recentes entre a DC 3 e a empresa baiana Link, que cuida de contas do governo federal e seria responsável pela campanha de Ana Júlia. Para eles, há repasse de verbas públicas para fins eleitorais. >> Link atende o PT, mas nega acordo com DC 3As informações são de que a Link teria chegado ao Pará com a missão de melhorar a imagem da governadora Ana Júlia Carepa e garantir a reeleição. Ela estaria atuando com pesquisas de opinião, análise de cenários, treinamento para atendimento à imprensa, entre outros serviços. A agência baiana tem estreitas relações com o PT. Entre os grandes clientes estão Correios e Ministério da Educação, conforme mostra o site da agência, onde é possível confirmar a atuação no Pará. “Hoje, estamos em Brasília, Recife, Aracaju, João Pessoa, Fortaleza, Belém”, lê-se na página inicial da Link, que entre os serviços prestados ao PT cita “o reposicionamento da imagem do partido, a partir dos programas para o horário eleitoral e pela pré-campanha do presidente Lula à reeleição, em 2006”. Por telefone, o presidente da Link, Edson Barbosa, também negou o acordo com a DC 3. “Não existe relação formal com qualquer agência do Pará”, disse, afirmando que a empresa faz estudos para o PT no Estado e estaria prospectando clientes. Barbosa não confirmou se entre esses clientes estará a candidata Ana Júlia Carepa. O titular da Secretaria de Comunicação do governo do Pará, Paulo Roberto Ferreira, disse que foi procurado pela direção da Link para trocar ideias sobre a comunicação do governo, mas garantiu que hoje eles não prestam qualquer serviço ao Estado. O presidente do PT no Estado, João Batista também foi procurado para comentar a possível contratação da agência, mas não se pronunciou.

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