Fonte: Jornal diario do Para
O expediente parado em algumas escolas causou estranheza em alguns estudantes que nem mesmo sabiam que ontem haveria paralisação dos professores da rede estadual de ensino. Em meio a um grupo de alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Visconde de Souza Franco, a jovem Roseane Ferreira reclamava. “Quero estudar, quero me formar! A falta de professores não é só por causa da paralisação, é constante”. Assim como Roseane, vários outros alunos ficaram sem aula ontem. Isso porque os professores realizaram uma paralisação por 24 horas para reivindicar questões salariais. Várias escolas aderiram à paralisação, como por exemplo, a Escola Estadual Deodoro de Mendonça, a Escola Marechal Cordeiro de Farias e a Escola Estadual Professora Palmira Gabriel. Para marcar o dia de paralisação, os professores se concentraram no trevo do Satélite, na rodovia Augusto Montenegro e, de lá, saíram em caminhada até a Casa Civil, localizada no Palácio dos Despachos, onde ocorreu uma reunião com representantes do governo. Caravanas vindas de outros municípios também participaram do protesto. TRÂNSITO LENTO Por conta da grande concentração de pessoas, o trânsito em frente ao Palácio dos Despachos ficou interrompido. Motoristas que iam em direção ao Entroncamento precisaram desviar para a outra pista da rodovia Augusto Montenegro, trafegando por cerca de 200m na contramão. Agentes da Companhia de Transportes de Belém (CTBel) tentavam orientar o trânsito, que ficou lento. “É complicado ficar aqui nesse calor e no engarrafamento”, reclamou um motorista. Cerca de uma hora depois de interdição, os professores liberaram metade da pista, o que ajudou a diminuir o congestionamento. Enquanto isso, os professores aguardavam o início da audiência com o governo, que já estava marcada. Uma comissão foi formada e os professores foram recebidos pelo subchefe da Casa Civil, Milton Rezende. A comissão apresentou quatro pontos a serem negociados com o governo: reajuste salarial de 30%, aprovação do plano de carreira, melhores condições de trabalho e efetivação da gestão democrática. Após a reunião, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Conceição Holanda, informou que a categoria e o governo não chegaram a um acordo. “Disseram que o reajuste não seria possível e que ainda não concluíram o plano de carreira. Apenas nos ouviram e não nos apresentaram nada”. Como não foi feito nenhum acordo, os professores passam a cogitar a possibilidade de greve por tempo indeterminado. “Passamos a responsabilidade para o governo, demos um prazo até o dia 26 para nos chamarem para uma conversa”, disse a coordenadora. Dia 27, a categoria realiza uma assembleia para decidir ou não pela greve.
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