Carolina Brígido - O Globo
BRASÍLIA - Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Incra e do Ibama descobriu a extração ilegal de madeira no Assentamento Abril Vermelho, no município de Santa Bárbara do Pará. Na segunda-feira, foram apreendidos tratores, motosserras e um caminhão. Dois assentados foram detidos para prestar esclarecimentos, mas acabaram liberados. Nesta quarta-feira, a equipe voltou ao local e verificou que a atividade continuava. Foram apreendidas mais máquinas. Um assentado foi preso por desacato a autoridade. A PF vai abrir inquérito para apurar o caso.
As máquinas são do Grupo Rosa Indústria Madeireira, de propriedade de Shydney Jorge Rosa, secretário de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção do governo do Pará. Procurado pelo GLOBO por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário não se manifestou.
Segundo o Incra, parte das máquinas apreendidas estavam no lote ocupado pelo assentado que foi preso. Ele alegou que o lote era dele e, portanto, não seria necessário obter licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente para fazer a exploração de madeira. No entanto, o Incra argumenta que a propriedade não foi titulada, e permanece em nome do órgão.
O Incra informou que vai cancelar o contrato de concessão de uso dos assentados que incidiram no crime ambiental. Até agora, as infrações são atribuídas ao assentado preso nesta quarta-feira e aos dois detidos na segunda-feira. Os três lotes serão destinados a outras famílias. O Incra acredita que o número de lotes destituídos dos atuais usuários pode aumentar após as investigações da PF.
O assentamento tem 6.803 hectares e foi criado em novembro de 2009 para atender 370 famílias de agricultores. A área desapropriada era uma fazenda que cultivava dendê e paricá, um tipo de madeira usado na fabricação de laminados.
A operação foi planejada a partir de uma denúncia ao Incra. Segundo as informações passadas ao órgão, o Grupo Rosa estaria extraindo e comercializando a madeira dos lotes desde o dia 12 de dezembro. O Incra estima que cerca de 200 metros cúbicos de paricá já foram extraídos em uma área de 1 hectare. O valor da madeira cortada chega a R$ 100 mil.
Segundo relatou o Incra, a defesa do Grupo Rosa alega que solicitou à Secretaria de Meio Ambiente autorização para extrair a madeira, com base em legislação estadual. O Incra explicou que qualquer atividade produtiva nos lotes só poderia ser feita após a conclusão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento, atualmente em fase de elaboração
Fonte: http://extra.globo.com
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