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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Susipe nega ação de facções dentro dos presídios

Depois que o DIÁRIO publicou no domingo (4), com exclusividade, matéria denunciando a atuação de grupos de facções criminosas nas penitenciárias do Pará e suas supostas regalias nas celas do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará CRPP-III, tido como de segurança máxima, o tenente-coronel PM André Luiz de Almeida e Cunha, superintendente do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), negou essa possibilidade.

André Cunha reconheceu que “existem alguns problemas nas unidades prisionais”, mas descartou a atuação de facções nas casas penais.

As denúncias sobre uma “guerra” entre chefes de facções e a concessão de regalias para detentos que integrariam a facção criminosa PCC, de São Paulo, constam de um documento encaminhado diretamente do CRPP-III ao DIÁRIO. Uma das páginas traz a lista de regalias autorizadas pelo capitão Janderson Paixão, diretor daquela unidade. A lista de material permitido para uso dos internos foi modificada para a inclusão de escovas de dente com cabos inteiros, que podem ser usadas como estoques, liberação de energia elétrica para as celas, espelhos que podem virar uma arma cortante e até fogão elétrico passaram a ser itens permitidos.

O denunciante informou que a mudança na lista foi solicitada pelo detento Taurino Lemos da Conceição, que seria um dos líderes da facção. A lista de produtos tem ainda queijos, temperos industrializados, açaí, frutas, hidratante para o corpo, cremes antitranspirantes, revistas e fio dental.

Uma fonte do próprio CRPP-III informou que o controle da cadeia estaria nas mãos de alguns detentos -além de Taurino, seu irmão, Talvick Lemos da Conceição, Alan Pires de Andrade (“Bob Esponja”) e Jardel Teles Nogueira, todos integrantes da “filial” paraense da facção criminosa paulista.

Todas essas denúncias da matéria publicada pelo DIÁRIO foram negadas pelo superintendente da Susipe. “Não há nenhum elemento sustentando que eles [facções] estejam atuando nos presídios. Entendo que há conversas, conexões com outras pessoas de outros estados. O Centro Estratégico Integrado e o Núcleo de Inteligência da Polícia nunca constataram nada nesse sentido”, disse Cunha.

REVISTAS

Segundo ele, uma das medidas adotadas para o controle interno das casas penais são as constantes revistas nas celas, como as operações “Sentinela do Norte”, que em dois meses apreenderam mais de 600 aparelhos celulares, carregadores, armas brancas e drogas nas casas penais. Na última delas, foram recolhidos 330 celulares e 22 armas brancas. “Precisamos avançar no combate à entrada desse material. É um fluxo contínuo e precisamos enfrentar”, admitiu.

Cunha apontou três pontos que precisam ser vencidos para coibir a entrada de materiais irregulares nas casas penais: a estrutura física de algumas unidades; a falta de equipamentos eletrônicos de detecção de material eletrônico nos presídios (alguns estariam com defeito); e, principalmente, o vício da conivência de funcionários, que seriam os responsáveis por permitir a entrada de material ilegal. “Já vi pessoas serem presas, demitidas. Isso é um fato. Por isso precisamos manter a vigilância.”


Fonte:http://diariodopara.diarioonline.com.br

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