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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

NINGUÉM QUER FAZER GREVE, MAS QUE ELAS EXISTEM, EXISTEM.

O ex-presidente Lula liderou inúmeras greves no passado, certamente, não queria que isso ocorresse, nenhum trabalhador quer chegar ao extremo de parar suas atividades para conseguir os seus direitos, dentre eles o salário justo.


Nenhum futuro médico ou enfermeiro planeja, ao longo de sua formação, repleta de idealismo, fazer greve e deixar de atender os pacientes nos hospitais.


Nenhum professor pensa em deixar seus alunos sem aula.

Nenhum rodoviário, nenhum ferroviário, ninguém quer fazer greve.


Os juízes e os policiais federais, por exemplo, fazem paralisações, mas não o fazem por que querem, fazem porque é preciso.

Muito menos os policiais e bombeiros querem fazer greve, eles que protegem e salvam as pessoas diariamente, arriscando a própria vida.


A greve é o recurso derradeiro, isso depois de esgotados todas as outras possibilidades.
A greve é um direito e tem uma lei específica para a sua regulamentação.


Hoje se discute se tal direito é extensivo ou não aos policiais e aos bombeiros, em conformidade com a interpretação dada ao texto constitucional. Uns dizem sim, outros dizem não, mas o que é realidade no país é que policiais e bombeiros tem usado esse direito (recurso) em vários estados brasileiros para conseguir os seus direitos e têm logrado êxito, como ocorreu dias atrás no Ceará. No Rio de Janeiro, isso nunca ocorreu, mas após mais de 5 (cinco) anos esperando que o governo estadual cumpra as suas promessas de campanha e esperando que o governo federal aprove o piso nacional das categorias, começa a surgir tal possibilidade. A situação é dramática, os salários são famélicos e a situação dos inativos e das pensionistas é alarmante diante das carências vivenciadas em face dos salários miseráveis. Além disso, a concessão de gratificações para alguns está subvertendo a hierarquia, uma das bases das organizações militares.


Infelizmente, a mobilização iniciada em 2007 esgotou todos os recursos em termos de negociação com o governo, sem lograr êxito.


O que devem fazer os policiais e os bombeiros?

Pedir baixa e buscar outro emprego?

Ingressar na banda podre e arrumar por fora?

Eu nunca escondi, sou contra a greve, por um motivo simples: uma greve para ter sucesso precisa de uma grande mobilização da categoria, como assistimos no Ceará, onde os mobilizados tiveram uma coragem incomum. Penso que no caso dos bombeiros e policiais, existindo essa grande mobilização, podemos desenvolver várias ações antes de usarmos o recurso derradeiro. Todavia, não posso me furtar a realidade de que algo precisa ser feito com urgência para que os salários dos policiais e dos bombeiros sejam dignos e que as condições de trabalho sejam disponibilizadas adequadamente.


Eu participo dessa luta desde o seu início em 2007 e fui vítima de várias retaliações por parte do governo estadual, em razão da minha mobilização, apesar disso não desisti de lutar, pois a luta é justa, justíssima!


Sou inativo, não posso fazer greve, o que é mais um motivo para que não incite a greve, seria covardia de minha parte, mas não deixarei de estar ao lado da tropa, esse é meu dever como Coronel PM.


Amanhã, estarei novamente nas ruas, tentando conscientizar a população de que cabe a ela, nesse momento, servir como mecanismo de pressão, cobrando que o governo cumpra as suas promessas de campanha, o que evitará que a tropa use o direito (recurso) derradeiro.

Juntos Somos Fortes!

Fonte: http://celprpaul.blogspot.com/

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