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Mais de 2 mil policiais militares marcaram presença na assembleia realizada na quarta-feira, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social (Sindsprev), na Lapa, Rio.
Durante o encontro, que teve início às 19 horas e terminou às 22h30min, representantes da categoria definiram estratégias para pressionar o governo em relação às reivindicações diante da iminência de uma greve em pleno carnaval. Já está marcada para o próximo dia 29, às 10 horas, uma passeata que terá concentração em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul da capital.
Na quarta, policiais da região se mobilizaram rumo à metrópole carioca para participar da reunião sobre a decisão da greve em todo o Estado do Rio. Os comboios formados por oficiais e praças do 37º Batalhão de Polícia Militar de Resende, 33º BPM de Angra dos Reis, 28º BPM de Volta Redonda e 10º BPM de Barra do Piraí seguiram para o evento. Foram contabilizados 250 homens lotados no 28º BPM, que possui o efetivo de 600 policiais, e 87 dos 350 da unidade de Resende, em seis ônibus alugados, além de outros adeptos que foram ao protesto em seus carros. Bombeiros, policiais civis e profissionais de outras áreas também aderiram ao movimento. “Após a reunião, houve passeata em direção aos Arcos da Lapa. O roteiro ainda contou com protesto em frente ao Quartel-general da PM. Os participantes cantaram o hino nacional e fizeram corrente de oração no final do encontro”, enfatizou um policial.
Recentemente, foi anunciado reajuste salarial de 20% para a Polícia Militar, mas o valor considerado defasado gerou insatisfação. Um dos PMs, que defendeu a causa na assembleia, explicou quais são as reivindicações da classe, reforçando que a greve da PM não é inconstitucional. “Lutamos para que o piso salarial seja equivalente a R$ 3 mil, sob a alegação da alta periculosidade de nossas atividades. Hoje, os vencimentos iniciais correspondem a R$ 1.031. O aumento de 20% é gradativo e consideramos que há defasagem neste valor. Reivindicamos ainda auxílio-transporte, pois muitos colegas de farda residem longe das unidades. Queremos que a jornada de trabalho seja de 40 horas semanais, ao invés da escala de serviço que totaliza 72 horas semanais. Pleiteamos serviço extra remunerado, vale alimentação, fim das prisões administrativas e proteção aos policiais grevistas. A carga horária de hoje é desumana. Foi veiculado em um e-mail o parecer de um juiz federal em relação ao direito da PM sobre a greve. As Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica – não podem fazer greve. A PM faz parte das forças auxiliares, portanto, conforme a Constituição Federal, temos esse direito”, justificou.
De acordo com os líderes do movimento, a expectativa é de que o comandante-geral da corporação, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, discuta o impasse com o governador Sérgio Cabral (PMDB). Se as reivindicações não foram atendidas pelo governo estadual, os policiais militares, civis e bombeiros prometem entrar em greve no dia 10 do mês que vem.
O policial adiantou que já existem algumas ações coordenadas com a Polícia Civil. “Devemos realizar uma operação padrão visando combater todos os delitos de forma rigorosa. As atividades ainda estão sendo programadas e devem ter início a partir do dia 30”, explicou, destacando que a intenção é unificar as ações.
Segundo informações de policiais do 37º BPM, já está prevista a saída de dois ônibus em um ponto próximo à unidade, às 9 horas do dia 29, para a manifestação em Copacabana.
Reunião preparatória
Ainda antes do grande evento a ser realizado em frente ao Copacabana Palace, na capital carioca, uma reunião preparatória deve acontecer no dia 26, às 19 horas, na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos, na Avenida Antônio de Almeida, no Retiro.
“Nós mandamos uma proposta de governo. Enquanto ele avalia, vamos fazendo essa movimentação. Se não recebermos uma resposta satisfatória, a greve vai mesmo acontecer no dia 10 de fevereiro para pressionar o governo”, explicou o cabo Alan Alves Ricardo.
Principais Reivindicações:
- Piso salarial de, no mínimo, R$3 mil para soldados que ingressem na Polícia Militar, Polícia Civil ou Corpo de Bombeiros;
- Limite de carga horária em 40 horas semanais;
- Fim do rancho: fornecimento de tickets de alimentação em substituição à modalidade vigente, na qual os policiais se alimentam nos batalhões;
- Pagamento por serviços extras, hoje prestados gratuitamente, como em grandes eventos em estádios e, em Volta Redonda, na Ilha São João, por exemplo;
- Revisão no regulamento a fim de substituir a pena de prisão por outras formas de penalização para policiais que infrinjam alguma norma interna, como o uso da cobertura (boné), por exemplo.
- Pagamento de vale-transporte.
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