O deputado federal Cláudio Puty (PT) continua sob investigação da Polícia Federal (PF) do Pará e do Ministério Público, embora não tenha sido indiciado. Na edição de domingo passado deste jornal, dois casos que envolvem Puty foram citados. O primeiro diz respeito à cobrança de propina de madeireiros para facilitar a aprovação de projetos na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Segundo resposta de Puty enviada ao DIÁRIO, o processo contra ele “foi encerrado e nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público encontraram motivos” para indiciá-lo. O deputado garante que não houve nenhuma denúncia contra ele.
O procurador da República e também procurador eleitoral Daniel Avelino disse não ter informações sobre a alegação do deputado de que o processo referente às irregularidades na Sema tenha sido encerrado. “Como ele foi eleito e tem foro privilegiado, o processo pode ter sido encaminhado à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, resumiu.
O segundo caso trata da suposta cobrança de propina de empresários suspeitos de sonegação na Secretaria Estadual de Fazenda (Sefa) em troca do abrandamento da fiscalização. Uma carta enviada à PF cita os nomes dos deputados Cláudio Puty e Celso Sabino entre os que estariam no comando do esquema.
Na resposta ao DIÁRIO, Puty, que na sexta-feira não atendeu às ligações feitas pela reportagem em seu aparelho celular, informou ter recebido ofício do delegado da PF, Rafael da Rocha Moregula, esclarecendo a participação dele no episódio.
“Não há indiciados, muito menos documentos comprobatórios acerca da existência de suposto esquema criminoso, noticiado a partir de denúncia anônima”, relata o deputado, citando termos do ofício a ele enviado por Moregula. No documento, o delegado diz a Puty que mandou ofício à Sefa para obter informações sobre o caso, mas que até agora não obteve resposta.
Procurado por telefone na última sexta-feira, Moregula não foi localizado para falar sobre a investigação. Ontem, durante contato feito pela reportagem, ele confirmou os termos do ofício encaminhado ao deputado. Mas observou que não via na matéria publicada no domingo uma reportagem jornalística, e sim “reportagem que visava atacar a imagem do deputado”. Moregula disse que aquela era uma opinião pessoal que não iria alterar, facilitar ou prejudicar a investigação que ele realiza.
Ele também confirmou ter solicitado nova prorrogação do inquérito ao Ministério Público, de acordo com o que foi publicado no domingo. O secretário estadual de Fazenda, José Tostes Neto, informou que o ofício do delegado pedindo informações não foi localizado. Moregula disse que outros ofícios haviam sido reiterados à Sefa, mas que iria encaminhar novo documento.
O deputado Puty também declara na resposta ao DIÁRIO que a prestação de suas contas foi “auditada e aprovada” pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará, o que não foi citado na matéria
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