BRASÍLIA - O governo Dilma Rousseff decidiu abrir negociações com as centrais sindicais, atendendo a um apelo feito em carta entregue na semana passada. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo líder do PDT e presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SP). Paulinho comemorou a iniciativa, quando questionado pela imprensa sobre as negociações em torno do aumento do salário mínimo, do reajuste dos aposentados e da correção da tabela do Imposto de Renda.
- Acho que estamos melhor, muito melhor de ontem para hoje. O ministro Gilberto Carvalho ligou para as centrais, abrindo a negociação. Se Gilberto ligou às centrais, é uma boa notícia.
Na terça-feira, a Força Sindical entrou na Justiça contra a falta de correção da tabela do Imposto de Renda e Paulinho anunciou que isso será feito nos outros sete estados:
- Temos que corrigir a tabela, ou então é confisco. São R$5,7 bilhões a mais que entram nos cofres públicos. Se as negociações não avançarem, entraremos na primeira semana de fevereiro, pedindo a correção, no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o encontro entre Gilberto Carvalho e os representantes das centrais foi marcado para a próxima quarta-feira, às 16h30m. Será a primeira conversa de reabertura de negociações. Participarão do encontro seis centrais: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CGTB.
- Ficamos meio preocupados porque, nos outros anos do governo Lula, sempre começávamos a negociar em dezembro. Era troca de governo, mas criou um clima instável. Eles estão atendendo a um pedido nosso, de abertura de negociações, que estava na carta que entregamos na semana passada à presidente Dilma e aos ministros. Essa será a primeira reunião e os temas são os colocados na carta: mínimo, reajuste dos aposentados e a correção da tabela do Imposto de Renda. É um bom sinal - disse Juruna.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, evitou polemizar sobre o valor do mínimo. Lupi lembrou que já defendeu um valor maior que os R$ 545,00 , mas que acatou o valor decidido por Dilma na medida provisória. Segundo ele, o governo apresentou sua proposta e agora cabe ao Congresso Nacional discutir o tema. Indagado se defenderia um valor maior, Lupi afirmou:
- O governo foi até onde podia. Tem suas limitações orçamentárias, limitações de gastos. Sou integrante do governo, defendi até uma posição diferente, mas quando a proposta da presidente é colocada, a gente tem que acatar essa proposta.
Segundo Lupi, a bancada do PDT é livre para defender um valor diferente do proposto pelo governo e a discussão, do valor do mínimo e de outros temas, como a correção da tabela do IR, se dará no Congresso.
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