Pesquisar este blog

terça-feira, 26 de abril de 2011

Bomba na Assembleia Legislativa do Para MPE deve denunciar 12 pessoas por fraudes na AL

Mônica Pinto foi ouvida novamente ontem pelo MPE, desta vez para falar sobre os documentos apreendidos

Pelo menos 12 pessoas devem ser denunciadas à Justiça pelo Ministério Público Estadual (MPE) por envolvimento nas fraudes no setor de pessoal da Assembleia Legislativa do Pará (AL). “Que havia fraudes, que havia o esquema, já está comprovado. Toda e qualquer medida que o Ministério Público vier a tomar, a partir de agora, será para fortalecer ainda mais as provas e fazer a individualização da conduta de cada uma dessas pessoas para que se possa responsabilizá-las criminalmente”, disse o promotor que preside a investigação, Arnaldo Azevedo.

O esquema de corrupção, iniciado em 1995, foi ampliado e chegou a consumir entre

R$ 800 mil e R$ 1 milhão mensais dos cofres da AL nos últimos dois anos. Pelo menos 22 pessoas ainda devem ser ouvidas e a previsão é de que a investigação seja encerrada em 20 dias. Além dos acusados, o MPE deve ouvir pessoas que tiveram documentos pessoais encontrados na casa dos servidores alvos das buscas e apreensão. Deve ouvir também o atual diretor do Departamento de Gestão de Pessoas, Marcus de Almeida.

Principal testemunha do caso, Mônica Pinto esteve ontem pela terceira vez na sede do MPE para prestar depoimento. Ela ficou duas horas e meia diante dos promotores e saiu sem falar com os jornalistas. Hoje, Mônica deve prestar depoimento na Delegacia de Investigações e Operações Especiais (Dioe), que também apura o caso.

Arnaldo Azevedo diz que o depoimento de ontem foi necessário para tirar dúvidas acerca de documentos apreendidos durante as buscas e apreensões realizadas na terça-feira 19. Azevedo não quis dar detalhes sobre o tipo de documentos. “Ainda precisam ser ouvidas pessoas ligadas a essa documentação que foi apreendida. Qualquer menção vai implicar em prejuízo para a própria investigação”. O Ministério Público não descarta novos depoimentos de Mônica à medida que as pilhas de papéis em poder dos promotores forem sendo analisadas.

Os promotores já ouviram os quatro servidores que foram presos durante a operação: Euzilene Araújo, Jorge Moisés Cadar, Daura Hage e Semel Charone. Eles foram liberados no último domingo, após vencimento dos cinco dias da prisão temporária que é decretada apenas para coleta de provas. Apenas Euzilene Araújo, ex-servidora do gabinete do ex-deputado Robson do Nascimento, o Robgol, preferiu manter o silêncio. Alegou que só falará na fase judicial do processo.

DELAÇÃO

Em relação à delação premiada, o promotor explicou que o Ministério Público ainda terá que informar o Judiciário da colaboração dada por Mônica. A palavra final em relação a qualquer redução de pena da testemunha será da Justiça. Segundo Azevedo, nenhuma outra testemunha pediu até o momento o mesmo benefício.

“Sem dúvida nenhuma as investigações tomaram o rumo que tomaram em razão da colaboração dada pela Mônica”, disse o promotor, indicando que ela poderá ser mesmo beneficiada pela delação premiada.

A ex-chefe da Seção da Folha, pivô do escândalo da AL, pediu segurança pes-

soal em virtude das informações que vem repassando ao Ministério Público. O pedido será avaliado hoje pela promotoria de proteção a vítimas, testemunhas e réus

colaboradores.

Arnaldo Azevedo descartou ontem a realização de novas buscas e apreensões, pelo menos por enquanto. “A princípio as provas foram produzidas e se encontram aqui. Não vejo necessidade de se fazer novas ações”.

A documentação apreendida ainda está sendo

avaliada, mas sabe-se, por exemplo, que na casa de Daura Hage foi aprendida uma caixa com centenas de contracheques de terceiros, alguns da mesma pessoa e a maioria ainda lacrados.

A suspeita é de que esses contracheques eram de servidores fantasmas e que os salários eram recebidos por ela. Também com Daura Hage, o MPE encontrou R$ 22 mil em dinheiro e R$ 15 mil em tíquete alimentação distribuídos pela AL.

No Departamento Estadual de Trânsito (Detran), hoje sob o comando do ex-diretor Financeiro da AL, Sérgio Duboc, o MPE encontrou quatro processos de licitação. “São processos que deve-

riam estar na Assembleia e não no Detran” disse o promotor, que não quis adiantar o alvo dos contratos. Duboc foi o poderoso chefe do Departamento da AL nas gestões dos presidentes da AL, Mário Couto e de Domingos Juvenil. No início deste ano, deixou a casa e assumiu a direção do Detran, indicado pelo hoje senador Mário Couto.

Na casa de Semel Charone, os promotores encontraram cópias de constituição de três empresas (duas de construção e uma de locação de automóveis) que, segundo afirmado por ela em depoimento, prestavam serviços à AL. À exceção das buscas no Detran e nas residências de Maria Genuína e da chefe da Controlaria Rosana Castro, em todos os demais endereços foram encontrados contracheques e procurações que permitiriam a esses servidores receberem salários de terceiros.

BANPARÁ

O MPE ainda apura se houve participação dos servidores do Banco do Estado do Pará, onde são feitos os pagamentos dos salários dos servidores da

casa, no esquema.


Fonte:http://diariodopara.diarioonline.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário