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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tiago Santiago, autor de 'Amor & Revolução': 'só criminoso tem medo da novela'


Muito tempo antes de estrear a novela Amor & Revolução, o autor da trama, Tiago Santiago já esperava muita polêmica no ar. Pois bem, nesta terça-feira, 12, vai ao ar o 8º capítulo da trama e já tem gente pedindo para a atração ser tirada da grade de programação do SBT. Pelo menos, este é o objetivo de um abaixo assinado criado no dia 1º de abril, pela Associação Beneficente dos Militares Inativos da Aeronáutica, e que tem circulado na internet com uma série de acusações contra o SBT.

Em conversa exclusiva com a CARAS Online, o autor contou que está indignado com a ação. "O abaixo-assinado é tão mal feito que cita a Comissão da Verdade como algo que já existe e todo mundo sabe que este é um projeto que ainda não foi concluído", contou Tiago Santiago. Para ele, "apenas torturador que não pagou por seus crimes têm medo de ver exposta toda a barbaridade que o regime militar aplicou no Brasil".

Apesar de levar ao ar várias cenas violentas e de tortura, Tiago acredita que não está pegando pesado e que não errou a mão na hora da história. "Quando eu trabalhava na Globo já tinha esse projeto. Na época, não aconteceu. Quando eu cheguei ao SBT aproveitei para apresentar a temática e ela foi superbem recebida, em junho do ano passado. Tanto não pego pesado como mostro vários militares legalistas que se posicionavam de maneira contrária à ditadura. Isso quer dizer, no meu entendimento, que a obra mostra que havia gente ruim em todos os lugares", explicou.

O autor não acredita na seriedade do abaixo-assinado, que contabiliza cerca de 300 assinaturas até a manhã desta terça-feira. "Esse tipo de iniciativa só interessa a quem foi torturador, quem foi criminoso e não pagou pelos crimes que cometeu no passado. O Brasil tem um passado e um presente de tortura muito fortes. Primeiro começou lá com a escravidão, depois o Estado Novo, a Ditadura e ainda hoje a gente tem essa realidade. Mesmo assim, não é de surpreender que uma parcela queira tapar o sol com a peneira", arrematou.

História

O ponto de partida da trama é o golpe de estado em 1964. Por isso, a trama percorre o período obscuro da história durante os anos de chumbo do regime militar, com cenas fortes de emoção e violência. A cada final de capítulo, que no projeto inicial são esperados 180 episódios, o espectador entrará em contato com testemunhas reais da ditadura, que prestaram depoimentos para a produção. "Eu não apoio a ditadura e isso acaba transparecendo na novela. Só que tem muitos militares vistos como vilões e guerrilheiros colocados como mocinhos. Mas, como não quisemos privilegiar nenhum lado, terá um coronel que dá a vida pela legalidade e guerrilheiros cujas ações serão contestadas", explicou o ator.

O golpe militar, a repressão e a revolução servem apenas como pano de fundo de Amor & Revolução, com direito a uma grande história de amor, vivida por Maria Paixão (Graziela Schmitt) e José Guerra (Claudio Lins), que viverão um relacionamento no melhor estilo Romeu e Julieta. Coprotagonistas da história, Batistelli (Licurgo Spínola) e Jandira (Lúcia Veríssimo) também dão o tom de romance vivendo um casal de guerrilheiros duramente perseguidos.

Além do núcleo de protagonistas, há outros nomes conhecidos no elenco, mas que estavam sumidos há um tempo das telinhas, como Gustavo Haddad, Thais Pacholek, Giselle Tigre, Claudio Cavalcanti,Gabriela Alves, Carlos Artur Thiré, Caca Rosset, Joana Limaverde, Fátima Freire, Isadora Ribeiro, Lui Mendes, Tiago Abravanel, Patrícia de Sabrit, entre outros.


Um comentário:

  1. Eu acredito que existem diversas formas de se manifestar.Tanto um quanto o outro lado tem os seus direitos. Não compartilho com a censura, mas quando trabalhamos com um assunto tão polêmico e controverso, acredito serem necessárias as apresentações de provas para tudo o que está sendo mostrado. Podem até pensar na tal licença poética, mas não se pode dar tal licença quando se trata da reputação de pessoas ou instituições. Se há como se provar aquilo que está sendo explicitado com esse trabalho, sou o primeiro a apoiar, caso contrário passariam a ser criminosas tais afirmações, por mais verdades que elas tragam.

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