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terça-feira, 9 de março de 2010

Pai que matou filha não lembra do crime

O depoimento da agricultora Maria Lopes, 60, avó de Railane Santos da Silva, de 14 meses, morta com golpe de terçado na cabeça no município de Oriximiná, deixou claro os motivos que levaram o pai da criança, Raimundo Pereira da Silva, 28, a dividir a cabeça da filha em duas partes, na sexta-feira, 6. O acusado nega a autoria do crime. Diz não lembrar do que aconteceu. Ele continua em uma cela da Delegacia de Oriximiná. A delegada Andreza de Souza assegura que não há previsão de transferência para outro município. “Estamos esperando a homologação do flagrante e só depois de sentenciado será transferido para uma unidade prisional”.A sogra de Raimundo, Maria Lopes, contou que o genro vivia com Joseane Lopes dos Santos, 23, há quatro anos. O casal tem dois filhos e Joseane está grávida de quatro meses. Viciado em álcool, de acordo com Maria, Raimundo sempre agrediu a esposa, que pedia ajuda de vizinhos. “Esse monstro estava bebendo e quando chegou em casa foi empurrando minha filha que correu para o mato com medo de apanhar mais”.Conta ainda que, ao perceber que o genro ia pegar o terçado, guardado em baixo da mesa, pediu para que não apanhasse a arma e questionou com ele o porquê que todas as vezes que consumia bebida alcoólica, agredia a esposa. Sem nada responder, Raimundo começou cortando a parede de pau-a-pique e ainda deu um golpe na mesa, onde estava a filha. “Quando ele viu o sangue da criança tentou correr e foi nesse momento que peguei um pedaço de pau e bati no braço dele, que quebrou. O amarrei até a polícia chegar”, esclarece a sogra.Maria diz que não pensou em fazer justiça com as próprias mãos, queria apenas evitar a fuga do genro, da comunidade Samaúma II, a três horas de barco de Oriximiná. Raimundo, segundo testemunhas, logo após o crime assumiu o assassinato da criança. Horas depois, na sede do município negou a autoria. O sargento Jeová, da PM, foi quem conduziu o acusado até a delegacia. Ao policial, Raimundo relatou não lembrar de nada e nem sabia se havia matado a filha. À reportagem do DIÁRIO, Raimundo disse que lembrava da discussão com a sogra, que o teria ofendido. “A partir daí, não recordo de nada”.

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