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domingo, 7 de março de 2010

Prisões desarticulam milícia armada na Terra Firme

As Polícias Civil e Militar com bases de atuações nos bairros da Terra Firme e Guamá, em Belém, deram um golpe de mestre ao iniciar a desarticulação da, possível, primeira milícia armada da capital, cujos líderes já estão na cadeia pela extensa ficha de crimes a eles atribuídos.O DIÁRIO, no mês de junho do ano passado, através de uma equipe de repórteres, conseguiu detalhes importantes que, certamente, contribuíram para chamar atenção das autoridades ao publicar uma reportagem, mostrando os meandros dessa organização criminosa, área de atuação e “modus operandis” dos bandidos que pretendiam transformar parte do bairro da Terra Firme em local sem lei.Ocorre que em organizações criminosas não bem planejadas há sempre dissidências e isto transformou algumas ruas e passagens principalmente do bairro da Terra Firme em uma guerra entre grupos de marginais com assassinatos em série, que sempre eram atribuídos com base no tráfico de drogas.A partir de um levantamento da PM, os “chefões” da milícia foram logo identificados, mas suas prisões passaram a ser um dilema para a polícia que prendia hoje e tinha que soltar nos próximos dias, devido à falta de consistência que mostrassem à Justiça o perigo dos homens que a comandavam.Identificados pelas alcunhas de “Sóror” e “Jackson” estes homens ditavam as ordens e, quem não se enquadrava no “sistema”, acabava executado sempre em vias que demandavam para a passagem Ligação, berço do braço armado do crime.Na época Jackson resolveu mapear o seu domínio traçando um paralelo nas ruas Lauro Sodré e São Domingos, fechando suas transversais desde a passagem Trindade até o canal do Tucunduba, incluindo as vilas e becos que se multiplicam neste local considerado pela PM como um emaranhado de saídas que dificultam a ação policial.No início do ano passado, uma reunião convocada pelos criminosos definiu até a arrecadação mensal que variava entre R$ 10,00 e R$ 20,00, cobrada dos moradores em troca de uma suposta segurança armada através dos bandidos de alcunha “Sóror”, “Dieguinho”, “Tampinha”, “Neguinho” e “Joãozinho”, muitos destes já mortos pela briga das quadrilhas.O detalhe desta reunião foi o aviso dado no final por “Jackson”, que os moradores que não estivessem na reunião teriam uma visita inesperada em suas residências, ou seja, recado “curto e grosso” teria suas casas assaltadas, pois a partir de janeiro de 2010 ele comandaria toda a comunidade.Segundo a denúncia o “chefe da milícia” informou que os primeiros passos já tinham sido dados com a reforma de um centro comunitário e a construção de uma escolinha em local ainda a ser definido, além da “limpeza” em pequenos ladrões que teimavam em continuar assaltando na área.A denúncia enviada à redação do DIÁRIO revelava que alguns taxistas foram impedidos de trafegar com seus veículos nas ruas comandadas pelo “poder paralelo” a não ser que pagassem uma taxa de circulação livre, para terem a proteção e não sofrerem assaltos.A partir da petulância dos milicianos, as Polícias Civil e Militar através do serviço de inteligência passaram a mapear as ações dos grupos, mas algumas “baixas” deixaram o poder paralelo em parafuso e o golpe de misericórdia veio com a prisão de gente importante da organização criminosa e a retirada de um arsenal que estavam em poder do grupo.
Fonte:Diario do Para

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