O DIÁRIO DO PARÁ teve acesso ao apelo dramático de uma mãe residente na Região Metropolitana de Belém, para que os órgãos responsáveis resgatassem a filha de iniciais D.S.S, de 26 anos, que desde 2006 estava na condição de prisioneira em uma boate no Suriname.Com apoio da Interpol, a polícia conseguiu resgatar neste início de mês a mulher que estava amamentando um filho de pouco mais de um mês de nascido e já estão em solo paraense.Segundo as investigações, a mãe da “escrava” relatou que em 2006 uma aliciadora convenceu D.S.S a viajar ao Suriname onde trabalharia como garçonete quando, na realidade, foi vendida para o “Clube Diamond de Nickerie” – uma boate de prostituição que possuía, em 2004, 136 garotas trabalhando, das quais 125 eram brasileiras.
No ano passado, após dois anos de escravidão, D.S.S conseguiu entrar em contato com a mãe e relatar os fatos dramáticos que vivia na boate “Diamond”, onde trabalhava como prostituta, sendo impedida de deixar o país por conta de altas somas devidas aos donos da boate Diamond já identificados como o chinês Hong Shang e a brasileira Valmara Barbosa Cavalcante.O caso só foi descoberto porque uma brasileira que é vizinha da mãe de D.S.S esteve no Suriname e serviu de ponte para as informações que culminaram com o resgate da paraense.No documento elaborado pelas autoridades brasileiras com apoio da Interpol, D.S.S foi localizada e resgatada na boate “Diamond de Nickerie”, após ter sido vendida como “escrava sexual” por uma quadrilha de surinameses ligados à prostituição e ao tráfico de drogas.Diz o documento que a “escrava” era obrigada a consumir crack, êxtase, cocaína, maconha e haxixe para se manter “atenta” nas longas horas que “batalhava” na boate Diamond de Nickerie. Ela foi resgatada trazendo no colo um filho de um mês de nascido e se encontrava “fragilizada, doente, sem roupas e sem documentos”, descreve o depoimento.O DIÁRIO teve acesso a informações do Departamento de Estado Americano, datado de 2008, sobre uma investigação de Direitos Humanos e que faz as piores referências ao Club Diamond e ao chinês identificado como Hong Shang e a brasileira Valmara Barbosa Cavalcante, acusados de crimes de lenocínio, que é o tráfico de mulheres e “escravidão branca”.Para combater este tipo de crime a Polícia Federal no Pará está aguardando farto material do Ministério da Justiça que vai subsidiar uma ampla campanha nos aeroportos e portos no Pará chamando atenção de brasileiras para viagens a países que oferecem empregos fáceis.O DIÁRIO também esteve na ONG Só Direitos, localizada no centro de Belém que trabalha no enfrentamento do tráfico sexual internacional de mulheres e produção de conhecimentos para quem deseja viajar ao exterior.Segundo um panfleto da instituição quem tiver alguma dúvida sobre garantias de direitos, informações sobre países, denúncia de exploração ou tráfico de pessoas deve procurar a entidade que atua no Pará há quatro anos.
>> Paixão fez garota aliciada em Baião escapar do esquema de exploraçãoNo mês passado, uma equipe do DIÁRIO chegou até um desses casos dos muitos que acabam nas boates e lupanares do Suriname e por uma simples briga entre os aliciadores uma jovem oriunda da cidade de Baião, município do Baixo Tocantins no Pará, escapou de hoje estar se prostituindo no país vizinho.O caso foi parar na Seccional da Cidade Nova, em Ananindeua, após uma ocorrência policial registrada por um homem conhecido como Moisés que, depois de uma briga com a esposa, foi expulso da casa onde morava pela mulher Sílvia Mara, denunciada por ele como aliciadora de mulheres para o Suriname.Na polícia, o homem acusou Sílvia Mara de aliciar mulheres para trabalhar em boates no Suriname para onde viajava constantemente. Ela se defendeu dizendo que trabalhava como “garimpeira” com o marido na localidade de Crepurizão, no Estado do Maranhão, e estava indo para o Suriname para tentar a vida na mesma profissão.Moisés, na verdade, seria um homem que iria trabalhar em um garimpo, mas para garantir alguns benefícios teria que “arrumar” uma mulher que viajaria para o Suriname para trabalhar em boates e casas de encontros nos garimpos.Como Moisés é natural do município de Baião, ele teria aliciado neste município uma jovem de 22 anos que estava recém-separada de seu marido e que “caiu” no esquema com a promessa de trabalhar em um restaurante no Suriname. Porém, durante a viagem teria Moisés se apaixonado pela “presa”.Ao chegar a Belém, após a retirada do passaporte, a aliciada segundo o depoimento feito ao DIÁRIO DO PARÁ foi informada por Sílvia Mara que ela iria “trabalhar” em uma boate. “Lá, tu vais ganhar bem. Tu vais sair com o homem que tu queres e nada de trabalhar durante o dia. Só, à noite”, teria sentenciado a aliciadora. A vítima também foi informada que assim que pagasse as despesas do passaporte, do visto e da passagem aérea poderia então retornar a Baião, “se quisesse”.O caso não prosperou no âmbito policial porque uma hora depois Moisés que registrou a ocorrência policial compareceu com um advogado para retirar a queixa que havia feito contra Sílvia Mara e as investigações não prosperaram.
O ESQUEMAO assassinato do travesti de naturalidade paraense Wendell Mendes Paes conhecida como “Brenda”, na cidade de Milão na Itália, no ano passado, acendeu a luz de alerta para aqueles que buscam outros países, em busca de uma vida melhor por meio do mercado sexual. Elas embarcam em uma jornada dramática rumo a países de língua estrangeira, ficam “acorrentadas” a dívidas impagáveis e se tornam escravas do sexo, tráfico de drogas ou até enveredam pelo caminho da extorsão de clientes.Um dos primeiros destinos de paraenses que pretendem fazer vida no exterior começa pela ex-colônia holandesa, o Suriname, um país sul-americano às margens do oceano atlântico e que faz fronteira com a Guiana Francesa e com os estados do Amapá e Pará.Distante 1.500 quilômetros de Belém, a capital daquele país Paramaribo, pela facilidade de se cruzar a fronteira, abriga hoje um número enorme de paraenses que viajam para este país por dois motivos específicos: os homens para trabalhar em garimpos e as mulheres para servir de prostitutas nas centenas de boates do Suriname.Muito embora a prostituição seja proibida pelas leis surinamesas acaba sendo tolerada, a exemplo do que acontece no Brasil. Brasileiras que trabalham como profissionais do sexo acabam sendo exploradas por donos de boates e clubes e, caso não se encaixem no sistema, podem acabar prisioneiras e assassinadas.Pessoas que conseguiram fugir do inferno da exploração sexual informaram para Polícia Federal no Brasil que as mulheres levadas para se prostituir nas “currutelas” que são vilarejos próximos aos garimpos, chegam a fazer 30 programas por dia e não raro são forçadas a manter relações sexuais sem preservativos.Para se chegar a Paramaribo, a mulher em geral aliciada no interior do Pará, chega devendo o valor do passaporte R$ 170,00, o visto de entrada no Suriname R$ 174,44, a passagem aérea pela Surinam Airwais que custa R$ 365,08 (exatos 144,22 euros); e mais outras despesas que somam até R$ 5.000,00.Este valor é pago para a cafetina ou dono de boate que investiu até a chegada da mulher ao local. Em geral, são mulheres na faixa etária de 18 a 25 anos no máximo, e que são atraídas com a promessa de trabalhar em bares e comércios e, quando chegam ao Suriname, a história muda e acabam prisioneiras do sexo. (Diário do Pará)
No ano passado, após dois anos de escravidão, D.S.S conseguiu entrar em contato com a mãe e relatar os fatos dramáticos que vivia na boate “Diamond”, onde trabalhava como prostituta, sendo impedida de deixar o país por conta de altas somas devidas aos donos da boate Diamond já identificados como o chinês Hong Shang e a brasileira Valmara Barbosa Cavalcante.O caso só foi descoberto porque uma brasileira que é vizinha da mãe de D.S.S esteve no Suriname e serviu de ponte para as informações que culminaram com o resgate da paraense.No documento elaborado pelas autoridades brasileiras com apoio da Interpol, D.S.S foi localizada e resgatada na boate “Diamond de Nickerie”, após ter sido vendida como “escrava sexual” por uma quadrilha de surinameses ligados à prostituição e ao tráfico de drogas.Diz o documento que a “escrava” era obrigada a consumir crack, êxtase, cocaína, maconha e haxixe para se manter “atenta” nas longas horas que “batalhava” na boate Diamond de Nickerie. Ela foi resgatada trazendo no colo um filho de um mês de nascido e se encontrava “fragilizada, doente, sem roupas e sem documentos”, descreve o depoimento.O DIÁRIO teve acesso a informações do Departamento de Estado Americano, datado de 2008, sobre uma investigação de Direitos Humanos e que faz as piores referências ao Club Diamond e ao chinês identificado como Hong Shang e a brasileira Valmara Barbosa Cavalcante, acusados de crimes de lenocínio, que é o tráfico de mulheres e “escravidão branca”.Para combater este tipo de crime a Polícia Federal no Pará está aguardando farto material do Ministério da Justiça que vai subsidiar uma ampla campanha nos aeroportos e portos no Pará chamando atenção de brasileiras para viagens a países que oferecem empregos fáceis.O DIÁRIO também esteve na ONG Só Direitos, localizada no centro de Belém que trabalha no enfrentamento do tráfico sexual internacional de mulheres e produção de conhecimentos para quem deseja viajar ao exterior.Segundo um panfleto da instituição quem tiver alguma dúvida sobre garantias de direitos, informações sobre países, denúncia de exploração ou tráfico de pessoas deve procurar a entidade que atua no Pará há quatro anos.
>> Paixão fez garota aliciada em Baião escapar do esquema de exploraçãoNo mês passado, uma equipe do DIÁRIO chegou até um desses casos dos muitos que acabam nas boates e lupanares do Suriname e por uma simples briga entre os aliciadores uma jovem oriunda da cidade de Baião, município do Baixo Tocantins no Pará, escapou de hoje estar se prostituindo no país vizinho.O caso foi parar na Seccional da Cidade Nova, em Ananindeua, após uma ocorrência policial registrada por um homem conhecido como Moisés que, depois de uma briga com a esposa, foi expulso da casa onde morava pela mulher Sílvia Mara, denunciada por ele como aliciadora de mulheres para o Suriname.Na polícia, o homem acusou Sílvia Mara de aliciar mulheres para trabalhar em boates no Suriname para onde viajava constantemente. Ela se defendeu dizendo que trabalhava como “garimpeira” com o marido na localidade de Crepurizão, no Estado do Maranhão, e estava indo para o Suriname para tentar a vida na mesma profissão.Moisés, na verdade, seria um homem que iria trabalhar em um garimpo, mas para garantir alguns benefícios teria que “arrumar” uma mulher que viajaria para o Suriname para trabalhar em boates e casas de encontros nos garimpos.Como Moisés é natural do município de Baião, ele teria aliciado neste município uma jovem de 22 anos que estava recém-separada de seu marido e que “caiu” no esquema com a promessa de trabalhar em um restaurante no Suriname. Porém, durante a viagem teria Moisés se apaixonado pela “presa”.Ao chegar a Belém, após a retirada do passaporte, a aliciada segundo o depoimento feito ao DIÁRIO DO PARÁ foi informada por Sílvia Mara que ela iria “trabalhar” em uma boate. “Lá, tu vais ganhar bem. Tu vais sair com o homem que tu queres e nada de trabalhar durante o dia. Só, à noite”, teria sentenciado a aliciadora. A vítima também foi informada que assim que pagasse as despesas do passaporte, do visto e da passagem aérea poderia então retornar a Baião, “se quisesse”.O caso não prosperou no âmbito policial porque uma hora depois Moisés que registrou a ocorrência policial compareceu com um advogado para retirar a queixa que havia feito contra Sílvia Mara e as investigações não prosperaram.
O ESQUEMAO assassinato do travesti de naturalidade paraense Wendell Mendes Paes conhecida como “Brenda”, na cidade de Milão na Itália, no ano passado, acendeu a luz de alerta para aqueles que buscam outros países, em busca de uma vida melhor por meio do mercado sexual. Elas embarcam em uma jornada dramática rumo a países de língua estrangeira, ficam “acorrentadas” a dívidas impagáveis e se tornam escravas do sexo, tráfico de drogas ou até enveredam pelo caminho da extorsão de clientes.Um dos primeiros destinos de paraenses que pretendem fazer vida no exterior começa pela ex-colônia holandesa, o Suriname, um país sul-americano às margens do oceano atlântico e que faz fronteira com a Guiana Francesa e com os estados do Amapá e Pará.Distante 1.500 quilômetros de Belém, a capital daquele país Paramaribo, pela facilidade de se cruzar a fronteira, abriga hoje um número enorme de paraenses que viajam para este país por dois motivos específicos: os homens para trabalhar em garimpos e as mulheres para servir de prostitutas nas centenas de boates do Suriname.Muito embora a prostituição seja proibida pelas leis surinamesas acaba sendo tolerada, a exemplo do que acontece no Brasil. Brasileiras que trabalham como profissionais do sexo acabam sendo exploradas por donos de boates e clubes e, caso não se encaixem no sistema, podem acabar prisioneiras e assassinadas.Pessoas que conseguiram fugir do inferno da exploração sexual informaram para Polícia Federal no Brasil que as mulheres levadas para se prostituir nas “currutelas” que são vilarejos próximos aos garimpos, chegam a fazer 30 programas por dia e não raro são forçadas a manter relações sexuais sem preservativos.Para se chegar a Paramaribo, a mulher em geral aliciada no interior do Pará, chega devendo o valor do passaporte R$ 170,00, o visto de entrada no Suriname R$ 174,44, a passagem aérea pela Surinam Airwais que custa R$ 365,08 (exatos 144,22 euros); e mais outras despesas que somam até R$ 5.000,00.Este valor é pago para a cafetina ou dono de boate que investiu até a chegada da mulher ao local. Em geral, são mulheres na faixa etária de 18 a 25 anos no máximo, e que são atraídas com a promessa de trabalhar em bares e comércios e, quando chegam ao Suriname, a história muda e acabam prisioneiras do sexo. (Diário do Pará)
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