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segunda-feira, 14 de março de 2011

Procurador diz que Barbosa afirmou ter feito outros repasses a deputada


Durval Barbosa, pivô do mensalão do DEM falou ao MP na última sexta.

G1 procurou assessoria da deputada Jaqueline Roriz e aguarda resposta.

Débora Santos
Do G1, em Brasília


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta segunda-feira (14) que, em depoimento na última sexta ao Ministério Público Federal, Durval Barbosa disse ter feito outros repasses de dinheiro à deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), além daquele que aparece em um vídeo divulgado no último dia 4.

O G1 procurou a assessoria de imprensa da deputada, explicou o teor da entrevista do procurador-geral e aguarda resposta. No último dia 10, o procurador pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar a deputada.

Barbosa é o pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. No vídeo, gravado em 2006, Jaqueline Roriz e o marido aparecem recebendo um maço de dinheiro de Barbosa, à época diretor da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), durante o governo de Joaquim Roriz, pai da deputada.

Segundo Gurgel, os outros pagamentos que Jaqueline Roriz teria recebido de Barbosa seriam uma retribuição pela atuação dela na campanha eleitoral para governador do Distrito Federal em 2006.

Na ocasião, Jaqueline Roriz integrava a coligação que apoiava a candidata Maria de Lourdes Abadia (PSDB). José Roberto Arruda (DEM), um dos adversários de Abadia, ganhou a eleição. No ano passado, ele foi cassado e preso após o escândalo do chamado mensalão do DEM.

"Os recursos se destinariam a uma retribuição a Jaqueline Roriz por uma atuação na campanha eleitoral e, digamos, por não fazer campanha efetiva em favor da candidata da coligação a que ela integrava [Maria Abadia]", afirmou o procurador-geral.
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"Ele (Durval) fez referência a que teriam havido outros pagamentos. Na verdade, tudo isso será objeto de investigação. O depoimento dele não é particularmente rico em detalhes", disse Roberto Gurgel.

Sobre o video, o procurador-geral afirmou que há indícios de utilização indevida de recursos públicos. "Só as investigações vão mostrar. Mas tudo aponta no sentido de que [a origem do dinheiro] seja ilícita", disse.

Gurgel afirmou que não há registro nos depoimentos de Durval Barbosa sobre eventuais pagamentos a pessoas ligadas ao ex-governador Joaquim Roriz.

O procurador-geral da República participou nesta segunda do lançamento do primeiro planejamento estratégico nacional do Ministério Público, na sede do Ministério Público Militar, em Brasília. A iniciativa, que vai reunir 14 mil procuradores e promotores, pretende definir diretrizes para o trabalho do Ministério Público em todo o Brasil.

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