O dia de ontem foi de protesto por parte dos técnicos administrativos da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia(Ufra), que paralisaram suas atividades, inclusive causando tumulto na porta do Hospital Universitário Barros Barreto entre a administração do hospital e os manifestantes. Pacientes não foram barrados pelos trabalhadores, mas o acesso dos médicos e enfermeiros foi dificultado.
“Eles podem entrar, só não com os veículos. Conversamos com a Polícia Militar que iríamos agir dessa forma, só impedindo o acesso dos servidores ao local”, explicou Raimundo Ferreira, um dos coordenadores do ato, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará.
PAUTA
Segundo ele, a pauta de reivindicação envolve o Projeto de Lei 549, que pretende congelar os salários dos servidores por 10 anos, e a Medida Provisória que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Segundo ele, a MP tem o objetivo de enfraquecer o serviço público e passar às mãos do capital privado um patrimônio que deveria ser público e de qualidade. “O governo aumenta o salário dos ministros em 62%, mas corta verbas importantes que podem refletir na diminuição dos concursos públicos. Além disso, colocamos em pauta nossa campanha salarial, pois o servidor público federal tem o menor salário inicial do executivo, R$ 600”, pontuou Celso Silva, que é lotado no Barros Barreto.
Celso explicou que a paralisação segue uma deliberação nacional da Plenária da Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), ocorrida no mês passado. “Em assembleia decidimos parar hoje (ontem) para tornar públicas nossas reivindicações. No dia 23, teremos nova assembleia no hall da reitoria da UFPA para aprovar a greve. A Ufra já decidiu pela greve dos seus servidores, que deve iniciar no dia 28”.
Os manifestantes são técnicos administrativos de nível médio e superior da Ufra e da UFPA, que desempenham atividades em secretarias, colegiados, laboratórios e departamentos das universidades. No Barros Barreto, alguns deles estão lotados como auxiliares administrativos mas desempenham a função de técnicos de enfermagem, segundo o sindicato.
Em nota, a assessoria do Hospital Barros Barreto informou que a paralisação dificultou que alguns pacientes com limitação de locomoção tivessem acesso ao hospital e obrigou funcionários a estacionarem nas vias da redondeza. Somente após intervenção da diretoria junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado o fluxo foi parcialmente normalizado, só sendo totalmente liberado pelos manifestantes por volta das 14 horas, quando foi encerrada a paralisação.
“A direção do hospital deixa claro que respeita e apoia o direito à liberdade de expressão dos servidores, porém, quer garantir o direito de ir e vir de usuários, médicos, funcionários e técnicos prestadores de serviços”.
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