Do G1 RJ
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a transferência dos policiais militares e bombeiros presos em Bangu I por envolvimento no movimento grevista para unidades prisionais militares. A decisão é da juíza Ana Paula Monte Figueiredo. As informações foram confirmadas, na noite desta quarta-feira (15), pela assessoria do TJ-RJ. Na noite desta terça-feira (14), o governo do Rio de Janeiro havia informado, por meio de nota, que pediria à Justiça Militar a transferência do grupo.
Eles foram presos preventivamente por liderarem a paralisação das categorias, aprovada em assembleia na Cinelândia, no Centro da cidade, na noite de quinta-feira (9), por duas mil pessoas. Juntas, as categorias somam 70 mil pessoas.
A paralisação foi suspensa na noite de segunda-feira (13), em assembleia na Lapa, também no Centro, com cerca de 100 pessoas.
Segundo o governo do estado, os presos serão levados para as unidades prisionais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, onde eles vão continuar a cumprir a pena da prisão preventiva.
Prioridade é soltura de presos
Segundo os líderes do movimento grevista, a prioridade agora é a soltura dos policiais e bombeiros presos. "A luta neste momento não é mais por dignidade salarial. A luta é simplesmente pela dignidade humana", afirmou Ana Paula Matias, porta-voz dos militares e mulher de um bombeiro preso em Bangu 1, ao ler uma nota após o encontro na noite de segunda.
Logo depois, Fernando Bandeira, presidente do Sinpol, da Polícia Civil, disse ter considerado o movimento vitorioso, por reunir as três forças da segurança pública no estado, e reforçou o apelo pela liberdade dos militares. "Em respeito à população do Rio de Janeiro, ao turismo e ao carnaval carioca, conhecido mundialmente, e aos nossos heróis presos, revolvemos voltar ao trabalho nesta terça (14)", afirmou Bandeira.
No sábado (11), o inspetor da Polícia Civil e diretor do Sindpol, Francisco Chao, já havia informado que a corporação suspendeu a participação no movimento grevista. No domingo (12), uma assembleia de bombeiros na praia de Copacabana foi remarcada para acontecer na assembleia geral desta segunda. A liderança do movimento argumentou que o grupo não estava totalmente representado na manifestação.
Corpo de Bombeiros
Segundo o Corpo de Bombeiros, continuam presos em Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, nove bombeiros que tiveram a prisão decretada por envolvimento no movimento grevista. Foram expedidos pela Justiça 11 mandados de prisão, sendo que dois ainda não foram cumpridos.
O cabo Benevenuto Daciolo, que teve a prisão preventiva decretada pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria de Justiça Militar, na noite de quarta-feira (8), também segue preso no mesmo presídio. Ele foi detido na noite anterior, acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim. Daciolo foi um dos principais líderes do movimento grevista dos bombeiros no ano passado.
Na manhã desta segunda, um grupo de deputados e mulheres de policiais e bombeiros grevistas presos fez uma reunião com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB resolveu pedir esclarecimentos à Secretaria de Segurança sobre as prisões.
A família do cabo Daciolo informou que ele está fazendo greve de fome. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que o cabo vem recusando as refeições e por isso recebe atendimento médico diário.
Polícia Militar
Na noite de sexta-feira (10), a Polícia Militar informou que 17 policiais permaneciam presos por aderir ao movimento grevista: dez tiveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça (TJ-RJ) por conclamar e incitar a greve e sete foram autuados em flagrante por crime de desobediência.
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