Encerrada a greve dos policiais militares da Bahia, podemos observar algumas semelhanças que essas paralisações guardam com as que ocorreram recentemente em terras cearenses.
Tanto aqui como lá, policiais militares paralisaram suas ações para manifestar insatisfações frente às precárias condições de trabalho a que estão historicamente expostos. Questionaram-se baixos salários, planos de cargos e carreiras adequados as suas demandas, entre outros.
Quanto aos “efeitos” dessas paralisações no ritmo e na dinâmica das nossas cidades, outras semelhanças podem ser destacadas. O clima de insegurança e medo “tomou conta” de nossas conversas, espalhando-se através das redes sociais (ou teria sido criado em suas malhas?), e as atividades econômicas nesses estados foram seriamente prejudicadas (o comércio parecia funcionar a “meio palmo”, antecipando atividades criminosas que porventura pudessem ocorrer).
Contudo, outras semelhanças parecem pertinentes à compreensão da emergência e desfecho dessas “crises”.
Reflexões acerca desses eventos não podem desconsiderar os períodos escolhidos, nos dois estados, para a paralisação das atividades dos militares. No Ceará, o Réveillon por alguns instantes esteve ameaçado, e, na Bahia, discutia-se a viabilidade da realização do Carnaval, ensaiando-se apelos ao apoio da Força Nacional de Segurança Pública para isso. Uma “maior sensibilidade” dos cidadãos e das autoridades competentes poderia ser mobilizada nessas datas tão importantes para a dinâmica econômica e social da região Nordeste!
Por outro lado, “vitoriosos”, ou quase, em suas demandas, os grevistas teriam recebido o apoio “incondicional” da população para que os impasses desses dias tivessem fim? Um primeiro olhar poderia nos indicar que sim. Contudo, nossos cidadãos ansiavam pelo fim da “crise” não somente porque se sensibilizaram com a “causa” dos policiais militares. O sentimento generalizado de medo e seus impactos diretos na dinâmica da vida econômica e social local parecem ser os motivadores “ocultos” desse apoio ao fim da greve.
Fonte:http://www.opovo.com.br/
A corporação policial, historicamente criticada por suas práticas autoritárias e por escândalos de corrupção, parece levar como saldo desses eventos, além do reajuste prometido pelos governos locais, o bônus do questionamento quanto ao seu real comprometimento e preocupação com a segurança de cearenses e baianos.
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